https://static.globalnoticias.pt/jn/image.aspx?brand=JN&type=generate&guid=d0c6445f-c28c-499b-a356-020b1961c6ea&t=20200527123308
Cerca de 267 milhões de jovens não estão nem a trabalhar, nem a estudar ou a frequentar qualquer tipo de formação
Foto: Arquivo Global Imagens

Um em cada cinco jovens perdeu o emprego com a pandemia

by

Um em cada cinco jovens deixou de trabalhar desde o início da pandemia de covid-19 e os que mantiveram o emprego viram o seu horário de trabalho reduzido em 23%, afirmou esta quarta-feira a Organização Internacional do Trabalho (OIT).

De acordo com a 4.ª edição do Observatório OIT/Covid, que monitoriza os efeitos da pandemia no mundo laboral, os jovens são os que estão a ser mais afetados pela pandemia e "o aumento considerável e rápido do desemprego jovem", verificado desde fevereiro, está a atingir mais as mulheres do que os homens.

"A pandemia está a causar um triplo choque na população jovem. Não só está a destruir o seu emprego, como a perturbar os estudos e a formação, e a colocar grandes obstáculos a quem procura entrar no mercado de trabalho ou mudar de emprego", referiu o relatório hoje apresentado em Genebra, Suíça.

Segundo o documento, a nível global, cerca de 267 milhões de jovens não estão nem a trabalhar, nem a estudar ou a frequentar qualquer tipo de formação.

O relatório salientou que o desemprego jovem era já mais elevado do que a de qualquer outro grupo, com uma taxa de desemprego de 13,6% em 2019.

A 4.ª edição deste observatório da OIT defendeu a necessidade de respostas políticas "urgentes, de grande envergadura e direcionadas para apoiar a população jovem", incluindo programas de garantia de emprego/formação nos países desenvolvidos, e programas e garantias de emprego intensivo nas economias de baixo e médio rendimentos.

Esta nova edição analisou ainda as medidas para criar um ambiente seguro para o regresso ao trabalho.

Segundo o documento, "testes rigorosos e o rastreio das infeções por covid-19 estão fortemente relacionados com uma menor perturbação do mercado de trabalho" e com menores perturbações sociais do que as resultantes das medidas de confinamento.

De acordo com o relatório, em países com uma forte capacidade de realização de testes e rastreabilidade, a diminuição média do horário de trabalho é reduzida em 50% porque os testes minoram "o recurso a medidas rigorosas de confinamento, promovem a confiança do público, incentivando o consumo e apoiando o emprego, e ajudam a minimizar as perturbações de funcionamento no local de trabalho".

O custo dos testes é um fator a considerar, mas a relação custo-benefício "é altamente favorável", segundo a OIT.

A 4.ª edição do Observatório OIT/Covid atualizou ainda as estimativas quanto à perda de horas de trabalho devido à pandemia no primeiro e segundo trimestres de 2020 em comparação com o quarto trimestre de 2019.

A OIT estimou que foram perdidas 4,8% das horas de trabalho durante o primeiro trimestre de 2020, o equivalente a cerca de 135 milhões de empregos a tempo completo.

O número estimado de postos de trabalho perdidos no segundo trimestre mantém-se nos 305 milhões.

O observatório reiterou o seu apelo para a criação de medidas imediatas e urgentes de apoio aos trabalhadores e às empresas para estimular a economia e o emprego.