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Foto: Ramon Bitencourt / O Tempo - 13.5.2019
Há limites

Joice Hasselman afirma que fim do esquema das fake news está no Planalto

A PF cumpre, na manhã desta quarta (27), ordens judiciais sobre o inquérito de notícias falsas que tramita junto ao STF

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A líder do PSL na Câmara dos Deputados, Joice Hasselman (SP), disse por meio de nota que o fim da linha do esquema das fake news que está sendo apurado pela Polícia Federal (PF) está no Palácio do Planalto. Mais especificamente, segundo a ex-aliada do governo federal, ao chamado “gabinete do ódio”, que seria comandado pelo filho do presidente e vereador pelo Rio de Janeiro, Carlos Bolsonaro.

A instituição cumpre, na manhã desta quarta (27), ordens judiciais sobre o inquérito de notícias falsas que tramita junto ao Supremo Tribunal Federal (STF). Os mandados foram expedidos pelo ministro Alexandre de Moraes, relator da investigação na Corte.

A parlamentar afirmou que, conforme denunciou na CPMI das Fakes News no Congresso Nacional, o esquema de produção de ataques e mentiras contra adversários políticos e a democracia requer uma estrutura robusta que, além de consumir dinheiro público de gabinetes de políticos ligados a família Bolsonaro, conta com financiamento privado de empresários com trânsito constante no Palácio do Planalto.

“O aprofundamento das investigações chegará, inevitavelmente, ao chamado gabinete do ódio, uma espécie de ‘puxadinho’ do gabinete presidencial, de onde Carlos Bolsonaro comanda uma verdadeira milícia digital, que inclui políticos, assessores parlamentares, empresários e blogueiros”, denunciou.

Joice ainda diz que fica também evidente “o motivo do desespero do presidente em interferir na Polícia Federal para, segundo o próprio, proteger seus filhos e amigos de operações em curso, o que, por si só, já se configura em crime de obstrução de justiça”.

Ao deixar o cargo de ministro da Justiça e Segurança Pública no início do mês, o ex-juiz Sergio Moro afirmou que Bolsonaro quis interferir politicamenente na direção da PF. O caso também está sendo investigado pelo STF.

Relembre a briga

Joice Hasselmann deixou a liderança do governo no Congresso Nacional em outubro do ano passado, em meio à crise no PSL. A insatisfação do presidente com a deputada já existia, mas foi agravada após ela assinar uma lista em apoio à permanência de deputado Delegado Waldir (GO) na liderança do PSL na Câmara.

Depois de brigar com o presidente da sigla e deputado federal, Luciano Bivar (SP), o chefe do Palácio do Planalto tentou que o posto ficasse com seu filho, Eduardo Bolsonaro (SP). A confusão se arrastou por meses e o filho do presidente se efetivou no cargo meses depois.

Em função desse desgaste, a parlamentar prestou depoimento à CPMI das Fake News do Congresso, e detalhou como seria a atuação do grupo que ficou conhecido como “gabinete do ódio” da Presidência da República. Desde então, é vista como inimiga do governo.