Patinho feio do Dream Team, Laettner lavava roupas e dava charutos a Jordan e outros astros

Convocado para preencher cota de jogador universitário, ex-ala-pivô desbancou Shaquille O'Neal na lista e não teve brilho esperado em sua carreira na NBA

Considerada a equipe mais forte de um esporte coletivo na história das Olimpíadas, o Dream Team tinha um patinho feio: Christian Laettner. Então com 22 anos, o ex-ala-pivô ainda estava na universidade e foi convocado para os Jogos de Barcelona 1992 para que se cumprisse uma espécie de cota criada pela federação americana, pois até aquela edição olímpica os Estados Unidos não levavam jogadores profissionais da NBA.

Desde domingo, o SporTV reprisa partidas do Dream Team. A série chega ao fim nesta quarta-feira, às 22h30 (de Brasília), quando será reexibida a decisão olímpica de Barcelona 92, entre EUA e Croácia. A final também será reprisada em dois horários na quinta-feira (28/5): às 6h30, pelo SporTV 2, e, às 14h30, pelo SporTV 3.

Sem o gabarito dos seus 11 colegas de seleção, Laettner recebeu uma série de orientações e acabou virando o faz-tudo do grupo que contava com Michael Jordan, Magic Johnson, Lary Bird, Karl Malone, Charles Barkley, Scottie Pippen e outras feras.

- Era para eu ser um novato tranquilo e tranquilo, lavar a roupa e pegar os charutos deles quando quisessem, mas que eu ficasse realmente fora do caminho e não machucasse ninguém. Mas era tão divertido. Foi muito divertido - recordou Christian em entrevista ao Olympic Channel.

Christian Laettner (agachado) ao lado de Barkley, Larry Bird e Magic Johnson em jogo do Dream Team — Foto: Andrew D. Bernstein/NBAE via Getty Images

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Apesar de ter sido eleito o melhor jogador no bicampeonato da NCAA defendendo Duke, Laettner teve uma convocação discutível, pois ele desbancou Shaquille O'Neal, da mesma geração, que foi número 1 do Draft da NBA de 1992 e acabou virando um dos maiores pivôs de todos os tempos. Quem também ficou fora foi Alonzo Mourning, outro pivô que fez história, e que foi número 2 do recrutamento de 92, uma posição na frente de Christian.

Em meio a tantos gênios americanos em Barcelona, Laettner teve uma participação pequena na campanha de grandes exibições do Dream Team rumo ao ouro olímpico. Christian obteve médias de 4.8 pontos e 2.5 rebotes nas oito partidas. O melhor desempenho dele foi nas quartas de final contra Porto Rico, quando assinalou 11 pontos e pegou oito rebotes, mas foi apenas o sexto maior pontuador da equipe na vitória por 115 a 77.

- Eles estavam indo para ganhar. Iríamos ganhar sem mim ou comigo. Não precisei marcar nenhum ponto. Eu amei estar no Dream Team. Adorava fazer parte de um time em que eu não precisava jogar bem para vencermos. Todo mundo ama não ter nenhuma responsabilidade em alguns momentos. Foi um prazer absoluto estar nesse time - disse Laettner.

Após ter sido uma grande aposta nos Estados Unidos, Christian acabou não obtendo o sucesso esperado em sua carreira na NBA. Em 13 temporadas na liga, o ex-ala-pivô, que defendeu seis franquias (Timberwolves, Hawks, Pistons, Mavericks, Wizards e Heat), foi apenas uma vez para o All-Star Game, em 1997, não conquistou nenhum título e obteve médias de 12.8 pontos e 6.7 rebotes por partida.

Confira o horário das reprises do Dream Team

27/5 (quarta-feira) - SporTV - 23h - Estados Unidos x Croácia - Final
28/5 (quinta-feira) - SporTV 2 - 6h30 - Estados Unidos x Croácia - Final
28/5 (quinta-feira) - SporTV 3 - 14h30 - Estados Unidos x Croácia - Final