Alemães, franceses e italianos criticam gestão da pandemia pela UE
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Alemães, franceses e italianos acreditam que o peso coletivo da União Europeia foi irrelevante na gestão da pandemia no bloco e a falta de solidariedade dos países menos afetados é altamente criticada em França e Itália.
Estes são dois dos indicadores de uma sondagem representativa realizada pela empresa britânica Redfield & Wilton, em exclusivo para a Euronews, a 1500 cidadãos com direito de voto em cada um dos três países referidos.
O questionário foi efetuado entre os dias 22 e 25 de maio, via internet, com uma margem de erro de 2,53%.
A sondagem teve por base a pandemia do novo coronavírus que atingiu a Europa no final de janeiro e se espalhou de forma nunca antes vista.
A forma como a União Europeia geriu este duro teste foi o ponto de partida da sondagem e os resultados devem fazer refletir os líderes europeus.
Questionados sobre um eventual referendo à continuidade no bloco, a maioria prefere manter-se ao lado dos parceiros europeus, mas mais de um quarto dos franceses e mais de um terço dos italianos defendem a saída.
À pergunta sobre o impacto da pandemia nos pilares da União Europeia, quase dois terços dos italianos e quase metade dos franceses consideram ter enfraquecido bloco.
A questão das fronteiras é outro tema sensível.
A larga maioria dos três países em estudo considera que o peso coletivo foi irrelevante na reação de cada Estado-membro na contenção da pandemia, sobretudo na decisão unilateral de fechar o país aos vizinhos do lado.
Mais de 80 por cento dos italianos e mais de 70 por cento de alemães e franceses consideram que a resposta à pandemia foi sobretudo individual.
À pergunta sobre o peso europeu no respetivo país, uma vez mais a maioria de alemães, franceses e italianos considera não ter tido ajuda do bloco europeu.
O aparentemente interminável debate sobre o próximo orçamento plurianual para os "27" também gera atritos.
França e Itália, dois dos Estados-membros mais afetados pela Covid-19, reclamam fortemente da falta de solidariedade dos países menos afetados pela pandemia e um terço dos alemães concorda.
Os inquiridos consideram o reforço da economia europeia como a prioridade no próximo ano e meio, destacando sobretudo a estabilidade da moeda única, mas também a defesa dos sistemas de saúde pública dos parceiros europeus.
Sem surpresa, encontrar o equilíbrio entre as expetativas e desejos dos cidadãos europeus, e aquilo que o bloco lhes pode oferecer, vai ser o grande desafio dos líderes da União Europeia nos próximos meses até à decisão final sobre o orçamento 2021-2027 dos "27".