Regras para o regresso da Cultura incluem ir de máscara ao cinema e a espetáculos ao vivo

A cultura vai voltar à atividade a partir de junho mas há regras rigorosas na higiene e distanciamento social a cumprir, tanto nas salas de espetáculos como nos eventos locais, muitos deles municipais, que deverão ter sempre emissão de bilhete mesmo que sejam gratuitos, para respeitar a lotação máxima permitida.

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O regresso deste tipo de atividades culturais, nomeadamente do Cultura para Todos, deverá ser em Agosto. Para ir ao cinema só de máscara, assim como a outros espetáculos de sala, e todos os artistas e técnicos devem medir a temperatura corporal, embora não deva haver registos.

Os teatros, salas de espetáculos e cinemas podem reabrir, a partir de 1 de junho, com todas as filas ocupadas e um lugar de intervalo entre os espectadores, que serão obrigados a usar máscara. Os espetáculos ao ar livre, por sua vez, terão lugares assinalados.

No caso dos teatros e das salas de espetáculos, «tem que haver uma distância de dois metros entre a boca de cena e a primeira fila ocupada», variando contudo de «equipamento para equipamento».

Os corpos artísticos e equipas técnicas, por sua vez,  não terão de usar Equipamento de Proteção Individual em palco, «mas sim à entrada e saída de palco».

Eventos culturais ao ar livre

Relativamente aos eventos culturais ao ar livre, não será obrigatório o uso de máscara pelo público. Os espaços devem, contudo, ter delimitações e devem ser assinalados os locais onde as pessoas devem estar. Deve haver, ainda, 1,5 metros de distância entre as pessoas, ou grupos de coabitantes.

Segundo a Ministra da Cultura, estas regras gerais de reabertura refletem «uma preocupação e um objetivo de procurar encontrar sempre soluções com a DGS», garantindo a segurança e a confiança, para que as pessoas regressem às salas de espetáculo.

Graça Fonseca disse ainda que as mesmas são suficientemente flexíveis para garantir a possibilidade de abertura de muitas salas de espetáculo, «porque o tecido cultural português é muito heterogéneo», onde «há salas de diferentes dimensões e com diferentes capacidades».

Estas orientações «podem ser revistas ao longo do mês de junho, em função da evolução da pandemia».

Programação em agosto

Graça Fonseca referiu que a tutela tem trabalhado com os teatros nacionais, com as fundações, com entidades várias, para que haja programação em agosto», dando como exemplo o «Teatro Nacional São João», no Porto.

«O mesmo estamos a fazer com as Comunidades Intermunicipais. Esta semana tenho estado a falar com todas as CIM no sentido de apelar a que agora, que são conhecidas as regras, possam manter programação cultural e que possam organizar programação cultural, porque é fundamental para as estruturas artísticas, para os artistas, para os técnicos, que querem voltar a trabalhar e a estar em ligação com o público», acrescentou.

Para a Ministra, a programação cultural «é muito importante para os cidadãos e para os territórios» e «pode ser uma alavanca para nos ajudar a todos neste regresso progressivo à normalidade e a devolver a confiança que precisamos de ter».

Espetáculos gratuitos também devem ter bilhete de ingresso

Segundo as orientações entretanto divulgadas pela área governativa da Cultura, todos os espetáculos «ao ar livre, ainda que gratuitos» devem ter bilhete de ingresso e a emissão dos mesmos «deve respeitar a lotação máxima».

As entradas e saídas de público «devem ter circuitos próprios e separados» e, «sempre que possível», as portas de acesso aos espaços devem permanecer abertas, «evitando o seu manuseamento pelas pessoas».

Durante os espetáculos e exibição de filmes «não devem existir intervalos durante as sessões» ou, se tal não for possível, a sua duração «deve ser reduzida ao mínimo indispensável, recomendando-se aos espectadores que permaneçam sentados até ao reinício da sessão».

No caso das salas com camarotes, estes «só podem ser ocupados por pessoas do mesmo agregado familiar ou coabitantes quando tenham seis ou menos lugares» e os que têm «lotação superior a 6 lugares podem ser ocupados, aplicando-se as regras aplicáveis para os restantes lugares da sala».

Regras para artistas, técnicos e trabalhadores

Os artistas, equipas técnicas e restantes trabalhadores das salas de espetáculos, teatro e cinema devem, por sua vez, «medir a temperatura à chegada ao edifício, sem registo dos resultados» e as salas de ensaios e camarins devem ter gel desinfetante e toalhetes, assim como toalhas individuais.

Além disso, «sempre que possível», deve ser feito «o arejamento natural das salas e camarins, quando aplicável», sendo ainda necessário «garantir que os instrumentos, objetos e acessórios utilizados durante ensaios ou concertos não sejam partilhados».

No caso dos coros os seus elementos «devem apresentar-se na mesma fila e garantir um distanciamento físico lateral mínimo de 1,5 metros sempre que possível» e «devem manter-se afastados dos instrumentistas, pelo menos dois metros, sempre que possível».

Já em relação às orquestras, deve ser assegurada a distância física de dois metros entre os músicos que toquem instrumentos de sopro e de 1,5 metros entre os restantes músicos. Não é permitida a atuação da orquestra no fosso ou poço da sala.