Da memória

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Nós somos a nossa memória. Tudo o resto é insignificante. Um punhado de instintos e meia dúzia de características inatas que não sabemos explicar. Mesmo estas de nada servem sem memória.

Um homem é o balanço atual da sua vida, curta ou longa, saiu do molde que as circunstâncias, desejos e vontades desenharam. E tudo isso está escrito na sua memória, se ela se apaga ele torna-se nada.

No mesmo sentido, um homem está quanto mais vivo quanto maior for a quantidade de memórias que vai criando. Somos memória, mas não podemos viver dela. Ensina-nos a matar a fome, mas não nos traz o pão para a mesa.

As grandes instituições são, em todas estas dimensões, como os homens: são a sua memória. Mais, aliás, do que os homens. Um homem morre e o seu nome e o seu legado vão-se desvanecendo, mais ou menos depressa. As instituições têm vidas mais longas, as verdadeiramente importantes muito mais longas. Os homens que as vão servindo vão sendo o repositório da vida delas, das suas vitórias e derrotas, feitos e revesses e têm como primeira obrigação absorvê-lo, lembrá-lo e promovê-lo.

Também como os homens, as instituições passam por momentos melhores e piores. Nos bons tempos aparecem sempre muitos amigos, não nos falta quem nos queira ajudar e nos jure amor eterno. É nos tempos difíceis que conhecemos quem são os nossos, quem quer percorrer o caminho connosco ou mesmo quem não sendo nosso irmão seja solidário, sério e leal.

Nesta fase difícil da nossa história ficamos a conhecer a verdadeira face de alguns que até há pouco se riam para nós. Este portista não esquece quem tão mal se portou e tenho a certeza que o F. C. Porto também não.

A subir
Pedro Proença não tem tido um mandato perfeito. Estranho seria se não tivesse cometido erros. Porém, o balanço é positivo. Tem-se esforçado por ser equidistante e independente dos clubes. Há quem não goste nem esteja habituado a isso. Agora adivinhe quem o quer tirar da presidência da Liga.

A descer
​​​O documentário da Netflix sobre Michael Jordan é obrigatório. O norte-americano é um dos 4/5 maiores desportistas de todos os tempos. A Air Jordan faltou-lhe, porém, a noção de que um campeão daquela dimensão deve transcender socialmente o desporto que pratica. Faltou-lhe a alma de Ali.