Governador aponta interferência na PF
RIO DE JANEIRO (AE) - Alvo de mandado de busca e apreensão, o governador do Rio, Wilson Witzel, negou as acusações de ter autorizado contratos com suspeitas de fraudes e classificou a operação como um ato de perseguição política do presidente Jair Bolsonaro por meio da Polícia Federal.
"Todas as irregularidades foram investigadas e estão sendo investigadas por determinação minha. A busca e apreensão, além de ser desnecessária - porque o ministro foi induzido ao erro, fantasiosa a construção que se fez - não resultou em absolutamente em nada", disse Witzel em pronunciamento no Palácio Laranjeiras, sua residência oficial.
Ao afirmar que é inocente e que está indignado com a operação - que apreendeu, por exemplo, seus celulares -, Witzel disse que o País é governado por um presidente que, além de ignorar o perigo do coronavírus, inicia perseguição política contra aqueles que considera inimigos.
"O que aconteceu comigo vai acontecer com outros governadores considerados inimigos. Narrativas fantasiosas, investigações precipitadas. O mínimo de cuidado na investigação do processo penal levaria aos esclarecimentos necessários."
Segundo Witzel, a PF engaveta inquéritos contrários ao presidente e age com celeridade em casos que investigam adversários políticos dele. Foi neste contexto que o governador alegou que Flávio Bolsonaro deveria estar preso. "O senador Flávio, com todas as provas que já temos contra ele - dinheiro em espécie depositado em conta corrente, lavagem de dinheiro, bens injustificáveis -, já deveria estar preso", disse.