Almas estuda antecipar feriado de Santo Antônio

O prefeito de Juiz de Fora admitiu a possibilidade em transmissão ao vivo nesta segunda-feira (25). No entanto, nova data ainda é discutida

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O prefeito Antônio Almas (PSDB) avalia a possibilidade de antecipar o feriado de Santo Antônio, em 13 de junho, sábado, a fim de aumentar a adesão ao isolamento social. A hipótese foi admitida por Almas, em transmissão ao vivo, nesta segunda-feira (25). Em São Paulo, por exemplo, a Prefeitura antecipou para as últimas quarta (20) e quinta-feira (21) os feriados de Corpus Christi e da Consciência Negra. Já o feriado da Revolução Constitucionalista de 1932 _ celebrado em 9 de julho _ foi adiantado, em todo o estado paulista, para esta segunda.

A atual adesão dos juiz-foranos ao isolamento social é de 52%, índice correspondente à média entre 18 de maio e este domingo (24). “Iremos discutir, sim, esta possibilidade (de antecipar o feriado), lembrando ainda que teremos dois feriados muito próximos. Corpus Christi será dia 11 de junho e o feriado de Santo Antônio será dia 13 de junho, num sábado. Buscaremos, sim, até para que mantenhamos, agora, a oportunidade, quem sabe, em algum momento, lá na frente, em uma outra situação, ajudar no setor econômico com a antecipação do feriado”, afirma Almas. De acordo com o prefeito, a ideia teria sido cogitada “pelo diretor de uma empresa pública”, no caso, o diretor-presidente da Companhia de Saneamento Municipal (Cesama), André Borges.

Conforme informou o Painel, é possível que o feriado local de Santo Antônio seja adiantado para sexta-feira, 12 de junho. Neste caso, seriam quatro dias seguidos de folga, embora no sábado vários serviços ocorram normalmente, mas em menor escala do que nos dias úteis. No entanto, o tema será discutido detalhadamente no decorrer desta semana. Nesta terça-feira (26), o Comitê Municipal de Enfrentamento e Prevenção à Covid-19 tem reunião marcada, na qual o assunto deve ser uma das pautas. Membros do setor produtivo avaliam a antecipação do feriado como boa, mas ainda a tratam com cautela, pois foram pegos de surpresa com a revelação de Almas na transmissão ao vivo.

Lockdown é possível se índices regredirem

Questionado sobre a possibilidade de adotar lockdown em Juiz de Fora, Almas destacou que o isolamento mais rígido aconteceria caso o Município regredisse em índices de isolamento social e ocupação de leitos de terapia intensiva. Desde 18 de maio, Juiz de Fora está na onda verde – a primeira do programa estadual Minas Consciente -, ou seja, apenas atividades econômicas consideradas essenciais são autorizadas a permanecer em funcionamento. De acordo com o prefeito, o lockdown seria, por exemplo, a regressão do Município em uma onda, já que está apenas na primeira fase do programa.

“Se tivermos um aumento de parâmetros que nos leve a qualquer situação de risco, teremos que voltar uma onda atrás. E essa onda não existe. Essa onda é só o lockdown, porque estaríamos proibindo todos os serviços essenciais. O lockdown é uma consequência do agravamento das questões epidemiológicas. Não é uma atitude para tomar atrás da orelha. Precisamos ter critérios epidemiológicos concretos. Se o nosso isolamento social, que, hoje, gira em torno de 51%, cair absurdamente, e os nossos índices começarem a piorar, como a ocupação de leitos atingir valores acima de 90%, obviamente teremos que tomar alguma decisão”, ponderou Almas.

Hospital de campanha descartado

Além de citar a possibilidade de antecipar o feriado de Santo Antônio, Almas explicou o porquê o Governo de Minas Gerais e Juiz de Fora não viabilizaram a instalação de um hospital de campanha no município. De acordo com o prefeito, apenas para montar a estrutura, a Prefeitura gastaria R$ 1,5 milhão, e, portanto, a política escolhida foi reabilitar leitos na malha de saúde local. Desde o início da pandemia de Covid-19, novos 46 leitos de terapia intensiva foram instalados na rede pública de saúde do Município. O número saltou de 108 para 154 leitos de alta complexidade.

“Temos um orçamento feito, há 30 dias, mais ou menos, de que nos custaria, só para a construção dos módulos para 250 leitos de nove metros quadrados cada _ seriam quartos -, R$ 1,5 milhão. E nós estamos fazendo a opção por não ter que fazer isso. O R$ 1,5 milhão seria apenas para fazer os módulos. Levantar e cobrir a estrutura. Fizemos a opção por buscar nos diversos espaços que existem nos hospitais de Juiz de Fora, públicos e conveniados, a expansão desses leitos, sob um custo muito inferior”, detalha Almas.

De acordo com o prefeito, o município de Uberlândia escolheu o mesmo caminho. “Uberlândia fez a sua opção, nesta expansão de 20 leitos de terapia intensiva, mais outros tantos de enfermaria, por reativar o Hospital Santa. É o mesmo caminho que estamos buscando. Estamos buscando ampliar os hospitais dando a resposta que, por exemplo, o Governo de Minas está dando para a Região Metropolitana ao construir o hospital de campanha do Expominas, em Belo Horizonte. Estão lá 740 leitos de enfermaria, 28 leitos com respiradores, mas que são leitos de estabilização do paciente e não leitos de terapia intensiva, que nós encontramos, por exemplo, nos nossos hospitais de Juiz de Fora. Isso precisa ser bem dito.”