https://assets.folhavitoria.com.br/images/296d5dc0-3b90-0138-9541-0a58a9feac2a--minified.jpg
Foto: Divulgação

Prejuízo com fechamento de shopping centers pode chegar a R$ 1 bilhão no Espírito Santo

Fechado desde o dia 18 de março, conforme determinação do Governo do Estado, o setor busca retomar as atividades após a abertura do comércio de rua

by

Proprietários de lojas realizaram na tarde desta segunda-feira (25) uma manifestação pela reabertura dos shoppings no Espírito Santo. Os estabelecimentos comerciais estão fechados desde março por conta da pandemia do Novo Coronavírus e amargam um prejuízo bilionário.

De acordo com o coordenador estadual da Associação Brasileira de Shopping Centers e diretor-geral do Shopping Vitória, Raphael Brotto, os shoppings no Espírito Santo são responsáveis por 30 mil empregos, entre diretos e indiretos, e abrigam cerca de 2 mil lojistas.

Ainda de acordo com Brotto, o prejuízo do setor, somente no Espírito Santo, pode chegar a R$ 1 bilhão. "Esse número ainda é uma estimativa, o número final só deve ser contabilizado após o fechamento trimestral das empresas".

Fechado desde o dia 18 de março, conforme determinação do Governo do Estado, como forma de prevenção ao novo coronavírus, o setor busca retomar as atividades após a abertura do comércio de rua e outros setores produtivos nos últimos dias.

PROPOSTA DE REABERTURA

No último dia 18 de maio, representantes da Abrasce entregaram ao Governo do Estado uma proposta de protocolo a ser seguido para que os centros comerciais possam ser reabertos.

De acordo com o coordenador estadual da Abrasce, na época da determinação sobre o fechamento dos shoppings, a associação já havia entregue ao Executivo estadual um documento, sugerindo a adoção de um protocolo que reduziria o risco de contágio nesses ambientes. Dessa vez, segundo Brotto, o documento é ainda mais restritivo, com ainda mais itens de cuidados a serem seguidos.

"Foi entregue um material muito detalhado, baseado em normas internacionais de abertura de shoppings. É um documento completo. Os shoppings já vêm se preparando desde março, porque os decretos eram semanais. A cada semana, se criava uma expectativa e, agora, ainda mais. Pois já são 60 dias de fechamento", disse.

POSSIBILIDADE DE AÇÃO NA JUSTIÇA

Com relação ao posicionamento da Associação Brasileira de Shopping Centers, que estuda entrar com ação na justiça para discutir a questão, Raphael Brotto afirma que mesmo com o desiquilíbrio entre o comércio de rua, já liberado para retornar as atividades, e a manutenção do fechamento dos shoppings, há um diálogo com o Governo do Estado.

"Acreditamos que a questão da abertura dos shoppings centers no Espírito Santo será revolvida o mais rápido possível. A reabertura irá seguir normas internacionais, e conta com apoio técnico de um dos mais respeitados infectologistas do Brasil, o médico Edimilson Migowski, doutor em doenças infecciosas pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e professor da Faculdade de Medicina da mesma universidade desde 1993", garante.

Com relação a manifestação dos lojistas, realizada na tarde desta segunda-feira (25), Brotto se diz solidário a categoria e acredita que o governo irá liberar o funcionamento dos shoppings, assim como ocorreu em outras partes do país.

"A abertura aconteceu e está acontecendo em vários Estados. E até agora, sem nenhum resultado negativo. Acredito que os shoppings são um ambiente muito mais controlado do que o comércio de rua. Além disso, iremos seguir as mais rígidas medidas preventivas ao coronavírus, tudo para contribuir no combate a pandemia", assegura.

MEDIDAS PARA REABERTURA

Em todo o Brasil, de acordo com o representante da Abrasce no Espírito Santo, foram fechados 577 shoppings desde o início da pandemia. Destes, 88 já foram reabertos e não houve a necessidade de um novo fechamento. Ele ainda destaca que o comportamento dos clientes também foi alterado. "Já estão completando 30 dias desde a primeira reabertura. O máximo do pico de clientes é de 50% do que era antes. O tempo de permanência no shopping, que era uma média de 76 minutos, se tornou, no máximo, 25 minutos. Agora, 40% das pessoas estão indo, vão com o objetivo de comprar. Não estão havendo passeios e nem os shoppings estão induzindo para isso", explica.

Entre as medidas propostas pelos shoppings estão o funcionamento em horário reduzido, suspensão de eventos, uso obrigatório de máscaras para funcionários, lojistas, consumidores e frequentadores, o aumento da frequência de desinfecção das áreas públicas e o fechamento de áreas para dimensionar o fluxo de pessoas. As praças de alimentação também terão menos assentos e ambos serão posicionados respeitando uma distância segura entre um e outro.

EXCLUSIVAMENTE PARA COMPRAS

Brotto ainda afirma que a reabertura será, predominantemente, para compras. Para ele, o período de fechamento fez com o que surgissem necessidades que os clientes não conseguem suprir em outros estabelecimentos. "Os shoppings vão abrir sem lazer, sem cinema, sem eventos infantis, sem lojas para público infantil. Essa abertura gradativa vai priorizar compras. As pessoas passaram a ter necessidades que não são supridas por supermercados e farmácias".