À frente do pedido pela volta aos treinos em Goiás, Atlético-GO usa protocolos como aliados
Clube rubro-negro recorreu a interlocutores da Assembleia Legislativa e da Câmara de Goiânia para articular pedido de liberação ao governo e à prefeitura
by Jânio José da SilvaDesde a paralisação do futebol, forçada pela pandemia do coronavírus, o Atlético tem se colocado à frente de reivindicações e articulações para que clubes goianos retornem aos treinos. Na reunião desta terça-feira (26), o Dragão será representado pelo presidente, Adson Batista. Para ele, a argumentação do clube está pronta, é pública e será baseada no protocolo elaborado pelos médicos do clube, no início deste mês, com base no Guia Médico da CBF.
O dirigente atleticano alega que o retorno pode ser feito de forma segura e responsável, baseado no protocolo e nos testes que o clube fará no grupo de trabalho, incluindo atletas, funcionários e dirigentes. O departamento jurídico do clube participará para também respaldar os argumentos, segundo Adson Batista. "Os argumentos são os mesmos. Será uma conversa clara, transparente e vamos mostrar nossas posições, emitidas desde o começo, de que os protocolos são rigorosíssimos", frisou o presidente do Atlético.
Ele tem se colocado como uma das lideranças favoráveis à volta do futebol. Tem participado de videoconferências junto à Comissão Nacional de Clubes (CNC) e, no Estado, vem tomando frente de conversações com outros dirigentes de clubes, políticos, prefeitura de Goiânia e, agora, com Ronaldo Caiado. Em síntese, alega que os clubes irão à falência se não voltarem logo aos treinos, pois as receitas (cotas fixas de TV) caíram, assim como patrocinadores suspenderam contratos.
No campo político, o Atlético tem como interlocutores o ex-deputado federal e presidente do Conselho Deliberativo do Atlético, Jovair Arantes (MDB), o deputado estadual Henrique Arantes (MDB) e o vereador Zander Fábio (Patriota). Henrique Arantes foi até ao presidente da Assembleia Legislativa de Goiás (Alego), Lissauer Vieira (PSB), pedir apoio e que ajudasse na interlocução com Ronaldo Caiado. Assim, foram entregues os protocolos médicos do Flamengo, da CBF (Guia Médico) e do Atlético. As últimas articulações foram feitas ao lado do deputado estadual e vice-presidente do Vila Nova, Vinícius Cirqueira (Pros).
"Os treinos (físicos) vão ser feitos em ambientes seguros e arejados. Se as igrejas podem ter reuniões em ambientes menores, fechados, por que os clubes não podem?", indagou Henrique Arantes.
Na semana passada, as academias conseguiram liminar da Justiça, em favor de ação proposta pelo Sindicato dos Profissionais de Educação Física do Estado de Goiás (Sinpef-GO), para serem reabertas com limitação a 30% da capacidade (de frequência) de cada uma.
Nos últimos dias, Atlético e Vila Nova estreitaram contatos políticos. Os dois clubes têm sido aliados nas articulações, tanto em nível estadual como municipal. Em Goiânia, os vereadores Zander Fábio (pelo Atlético) e Romário Policarpo (Vila Nova) buscaram diálogo com Iris Rezende (prefeito) e Fátima Mrue (secretária de Saúde de Goiânia). Há entendimento de que a posição da prefeitura será decisiva à reivindicação dos clubes, já que o governador tem deixado nas mãos de prefeitos as decisões sobre a flexibilização nos municípios.
Nesta segunda-feira (25), houve reunião do Comitê de Crise da prefeitura de Goiânia. O vereador Wellington Peixoto (DEM), também atleticano, fez a defesa dos clubes, mas ainda não houve decisão favorável à solicitação. "Estamos confiantes. Espero que as autoridades de saúde e a secretária (Fátima Mrue) avaliem a flexibilização para os clubes", disse Zander Fábio. A previsão é de que tenham resposta até quarta-feira (27). "Os clubes têm espaços amplos, boa estrutura e todas condições de retornarem aos treinos com segurança", frisou Zander.