Flamengo vence na secretaria e o futebol está de volta no Rio de Janeiro
by RedaçãoPrefeito do Rio de Janeiro cedeu à pressão de Flamengo e Vasco da Gama
Marcello Crivella, prefeito do Rio de Janeiro, anunciou esta segunda-feira que as equipas da região podem voltar oficialmente a treinar já esta terça-feira e competir a partir de dia 14 de junho, à porta fechada, para que seja terminado o Campeonato Carioca.
A decisão foi tomada numa reunião com dirigentes dos principais clubes do Rio, excetuando Fluminense e Botafogo, que são manifestamente contra o regresso de treinos e jogos num dos países mundiais mais afetados pela covid-19.
Segundo o portal "R7", do "Grupo Record", o apoio implícito do presidente Jair Bolsonaro a Flamengo e Vasco da Gama terá sido determinante para o prefeito tomar esta decisão, uma vez que, no início da reunião, afirmou que só queria treinos a partir de 8 de junho e jogos após 10 de julho. Crivella tentou mesmo argumentar que o Brasil está "no pico da pandemia" para levar a sua avante.
A pressão do Flamengo e do Vasco da Gama, no entanto, falou mais alto, até porque, para o "R7", estes dois clubes "não suportavam mais os prejuízos" com a paragem do futebol, há praticamente três meses.
O Flamengo já tinha na semana passada tomado uma medida radical, ao treinar contra as indicações da prefeitura. Os trabalhos foram filmados por um helicóptero e funcionários do organismo foram ao Ninho do Urubu para verificar oficialmente o ocorrido, mas foram proibidos de entrar nas instalações, o que valeu ao clube uma multa irrisória de três mil reais.
Esta questão tem levantado grande polémica no Brasil, com dois polos bem divididos: um deles argumenta que a pandemia ainda é um flagelo no país e, como tal, não deveria haver treinos. Outros pensam que não, defendendo que o futebol pode avançar sem problemas.
O Botafogo já divulgou uma nota a considerar que a decisão, "além de desumana, é insensível".
O Flamengo tem sido muito criticado por outros clubes também por estar alinhado com o presidente Jair Bolsonaro, na sequência de uma foto conjunta entre este, o filho, e os presidentes de Fla e Vasco.
Rodolfo Landim, líder do Vasco, divulgou uma carta pública esta segunda-feira a defender-se, afirmando que a fotografia não revela nenhuma posição política, mas que, simplesmente, ele está apenas a zelar pelos interesses do clube. "O país está doente", disse, acusando assim os que o criticaram por isso.