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Shopping Oiapoque reabriu com limitação de 507 pessoas por vezFoto: Foto: Cristiane Mattos

Apesar de algumas aglomerações, flexibilização tem balanço positivo em BH

Comitê de enfrentamento ao coronavírus garante que população respeitou uso de máscara e regras de distanciamento entre as pessoas; trânsito e circulação cresceu em toda a cidade na comparação com a semana passada

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E após dois meses de medidas de restrição que impedia o funcionamento de todo o comércio não essencial para conter os casos de coronavírus, parte da população de Belo Horizonte voltou às ruas no primeiro dia de flexibilização das atividades. Mesmo com algumas aglomerações, principalmente no entorno do shopping Oiapoque, na região Central da cidade, o balanço da prefeitura é positivo.

Membro do comitê de enfrentamento à Covid-19 na capital mineira, o infectologista Carlos Starling lembrou que houve uma adesão em massa às regras para evitar a disseminação da doença nas vias da cidade. "Já sabemos que ocorreu um aumento no número de pessoas nas ruas, mas a grande maioria com máscara, mantendo a distância regulamentar entre um e outro, sem nenhuma confusão, conforme a Guarda Municipal", complementou. Apesar do aumento, a BHTrans informou que ainda não há dados consolidados sobre os impactos da medida no trânsito desta segunda-feira.

De acordo com o especialista, a velocidade de transmissão do vírus segue sem grandes alterações na capital mineira. "Os dados são fundamentais para uma flexibilização. Temos no máximo hoje, contando leitos privados e públicos, menos de 25% de ocupação desses em Belo Horizonte. Isso mostra uma estabilização que nos permite, com segurança, experimentar com cuidado uma abertura de pontos específicos", argumentou.

Já o secretário municipal de Saúde, Jackson Pinto Machado, enfatizou que ainda é cedo para realizar qualquer análise da primeira onda de flexibilização. A expectativa é que na próxima sexta-feira seja anunciada a continuidade ou não desta fase de reabertura. Também existe a possibilidade de que todo o comércio, com exceção dos supermercados, farmácias e outros serviços considerados essenciais, tenham que voltar a fechar.

"Nesse momento essa nota (sobre a reabertura de parte da cidade) não existe, é uma grande interrogação. O que a gente espera é que de agora para frente funcione, só que para isso as pessoas tem que continuar usando máscara, sair de casa apenas para o essencial, continuar usando álcool gel, fazer a higienização das mãos, usar a etiqueta da tosse", recomenda.

Jackson Machado acrescentou que houve uma preocupação em dividir esta etapa da reabertura em duas – além dos shoppings populares, neste momento foi permitida a reabertura de papelarias, salões de beleza com entrada direto para a rua, perfumarias e lojas de cama, mesa e banho, por exemplo. "Estamos com medo, achamos que seria uma medida cautelosa fragmentar a primeira fase em duas. É apenas por isso, para diminuir o número de pessoas circulando ao mesmo tempo", diz. Os próximos setores a serem contemplados não foram informados pelo poder público.

Segundo o secretário, para a continuação do relaxamento, serão analisadas todos os dados sobre o trânsito, ocupação dos leitos de UTI exclusivos para pacientes com coronavírus e a conscientização das pessoas sobre os cuidados para evitar a transmissão da doença. " Obviamente, o efeito disso (da flexibilização) não é notado em sete dias, mas espera ter uma ideia do impacto dessa primeira fragmentação da primeira fase vai trazer para a cidade", explica.

Sobre as filas no entorno do shopping Oiapoque, o dirigente alegou que toda aglomeração preocupa, mas enfatizou que a unidade tomou todas as medidas sanitárias possíveis, como o controle de acesso, a aferição da temperatura, uso de álcool gel, desinfecção do chão, entre outras. "Sabemos também que foi absolutamente controlada (a aglomeração) e as medidas tomadas adequadas na nossa avaliação até o momento", argumenta.

Abertura atendeu a expectativa

O presidente da Câmara dos Dirigentes Lojistas de Belo Horizonte (CDL/BH), Marcelo Souza e Silva, também elogiou o primeiro dia de flexibilização, que atendeu a expectativa dos lojistas beneficiados pelo decreto. "Houve um aumento da movimentação de pessoas, como é esperado por causa dos funcionários das lojas que foram autorizadas a funcionar a partir de hoje, e também do público em geral indo buscar alguma demanda reprimida de compras", comenta.

Conforme o dirigente, a procura maior por determinados segmentos, como os shoppings populares e as lojas de cama, mesa e banho, é normal nos dias que iniciam a retomada do comércio. "Muito tempo sem trabalhar, acho que a vida vai voltando ao normal, na região Central tivemos notícia de boa movimentação em alguns setores, de peças, bicicletas, movimentando, mas nem de perto chega a uma movimentação normal de antes da pandemia", finaliza.