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Em 2025 serão precisos um milhão de postos de carregamento público de veículos e só existem 17% para já, alerta a Eurelectric Fotografia: Bruno Lisita/Global Imagens

Eurelectric quer a transição energética no centro da estratégia pós-covid da UE

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A eletrificação "é um facilitador crítico" da recuperação económica, diz a associação das grandes elétricas europeias

A Eurelectric quer que a transição energética esteja no centro da estratégia europeia pós-covid-19. Em comunicado, a associação que reúne as grandes empresas do sector na Europa salienta que, além de estar “intimamente ligada às ambição do Green Deal”, a eletrificação é um “facilitador crítico” da recuperação económica da UE, pelo que “é essencial investir e enfrentar as barreiras que impediram uma eletrificação acelerada de edifícios, transportes e indústrias, durante o primeiro trimestre de 2020”.

Lembra a associação que só 17% do milhão de postos de carregamento público de veículos elétricos necessários até 2025 foram já implantados, com vários projetos adiados ou cancelados este ano. “Reiniciar a implantação da infraestrutura é fundamental para a recuperação sustentável do setor automóvel”, ajudando a dar trabalho às fábricas europeias e criando empregos, defende a Eurelectric.

Já no que à renovação e eletrificação de edifícios diz respeito, a associação salienta que há um “potencial significativo” para “reacender” a economia europeia, já que, atualmente, só 25% dos edifícios são energeticamente eficientes. Associar projetos de isolamento térmico à instalação de bombas de calor elétricas traria “ganhos diretos de eficiência e contas de energia reduzidas”. O efeito sobre o emprego está estimado em cerca de 1,4 milhões de postos de trabalho.

“A estratégia de recuperação europeia deve ajudar a acelerar a nossa transição para um futuro mais limpo. Ao priorizar investimentos em áreas como as energias livres de fósseis, as infraestruturas de carregamento de veículos elétricos, o reforço das redes de distribuição e eletrificação de sistemas de aquecimento, temos uma oportunidade única de estimular o emprego e enfrentar o desafio climático ao mesmo tempo”, defende Magnus Hall, presidente da Eurelectric.

A associação destaca, ainda, os efeitos da pandemia sobre as empresas do sector, sublinhando que, com a procura da eletricidade em queda, que se estima poder chegar aos 10%, a moratória nas contas e a descida dos preços da eletricidade, as concessionárias registaram um “impacto significativo” nas suas receitas, o que levará uma redução dos investimento na ordem dos 15%.

“Apesar dessas dificuldades, o sector elétrico continuou a descarbonizar o mix de geração. As energias renováveis cobriram mais de 40% da geração de eletricidade, graças às condições climáticas favoráveis e à maior capacidade de entrada em operação. Ao mesmo tempo, o carvão foi progressivamente retirado do mix, com a sua produção a cair 27,5% nos primeiros quatro meses do ano, em comparação com 2019″, sublinha, ainda a associação.