Países Baixos confirmam 19 casos de crianças com síndrome inflamatória associada à covid-19
by JN/AgênciasPelo menos 19 crianças nos Países Baixos foram afetadas por uma síndrome inflamatória multissistémica associada à doença covid-19, incluindo 10 que apresentaram ter anticorpos no sangue contra o novo coronavírus, indicou esta segunda-feira a Associação de Pediatria holandesa (NVK).
Estes casos foram verificados nas últimas duas semanas e apenas quatro dos 19 menores afetados têm menos de cinco anos, informaram os pediatras holandeses.
Dentro deste grupo, pelo menos 10 menores tiveram resultados positivos em relação à presença de anticorpos no sangue contra o novo coronavírus (SARS-CoV-2), o que não significa que os restantes não tenham superado a doença sem desenvolver defesas contra o vírus.
As crianças e jovens hospitalizados com esta doença inflamatória multissistémica, que afeta pessoas entre 01 e os 21 anos, têm sintomas que são uma mistura dos da doença de Kawasaki e dos da síndrome de choque tóxico.
Febre muito alta, dor abdominal, complicações cardíacas, erupções cutâneas em todo o corpo e irritação e vermelhidão das membranas mucosas da boca são alguns dos possíveis sintomas.
É um estado inflamatório que pode desencadear um quadro clínico grave, mas que pode ser tratado.
Os primeiros relatos desta doença pediátrica possivelmente relacionada com a covid-19 surgiram há cerca de um mês no Reino Unido, onde especialistas emitiram um alerta para potenciais casos em outros países.
Seguiram-se relatos de casos semelhantes em países como Irlanda, Bélgica, Suíça, Itália, Espanha, França e Estados Unidos.
O Centro Europeu de Prevenção e Controlo de Doenças (ECDC) anunciou, este mês, que tinha registado cerca de 230 casos de crianças com suspeitas desta patologia associada à covid-19 na União Europeia (UE) e no Reino Unido.
Em Portugal, o único caso diagnosticado é um rapaz de 13 anos que já teve alta.
No total, e em todo o mundo, o ECDC disse que já tinham sido identificados 322 casos suspeitos.
Na semana passada, a Organização Mundial da Saúde (OMS) pediu aos laboratórios médicos de todo o mundo que contribuíssem com o maior volume possível e disponível de dados relativos a potenciais casos desta síndrome, que se revelou mortal em alguns casos.