“Temos um plano B”, diz Magda Nassar sobre IRRF em 25%

Pandemia. Demanda próxima de zero. Falta de produtos na prateleira. Dificuldade em conseguir crédito nos bancos. Não fossem estes problemas suficientes para as agências de viagens brasileiras, o presidente Jair Bolsonaro vetou o artigo da Medida Provisória 907 que fixava em 6% a alíquota do Imposto de Renda Retido na Fonte sobre os valores enviados ao exterior por agências de turismo, até o limite de R$ 20 mil por mês. Portanto este imposto passou a ser de 25%.

Na tarde desta segunda-feira (25) durante o “Papo com Agente” – live da Abav-Sp e Aviesp – a presidente da Abav Nacional, Magda Nassar, declarou que as entidades do setor previam este veto e por isso já estavam trabalhando em uma alternativa para que o setor não fosse prejudicado com uma perda de competitividade. A MP previa um imposto em 7,9% neste ano e um aumento gradual nos próximos anos.

“Durante a votação das emendas, os deputados entenderam que o texto original estava aumentando um imposto, por isso houve este destaque para que ele voltasse a 6% e isso abriu espaço para o veto porque fere a Lei de Diretrizes Orçamentárias”, explicou. “Este não é o momento para se desesperar porque temos um Plano B sim e ele será aplicado”, complementou.

Magda revelou que desde a última semana, quando a possibilidade do veto se desenhou de forma mais concreta, as articulações já tiveram início. Segundo ela, há muita gente trabalhando em Brasília em prol do setor para que isso aconteça. “Esta medida será revertida. Vamos ter fé e acreditar. É um retrabalho, mas acreditamos que este assunto será pacificado e se não for. Ministério do Turismo está do nosso lado e em breve teremos uma Medida Provisória contemplando o correto”, contou.

NOVO MOMENTO PARA AS AGÊNCIAS

A live, que teve o comando dos presidentes Fernando Santos e Marcos Lucas, respectivamente da Abav-SP e da Aviesp, recebeu, além de Magda, Carlos Prado, presidente da Abracorp. Um dos assuntos foi o momento vivido pelo setor e como as agências podem e devem agir. Para Magda, há lições a serem tiradas, especialmente quando se pensa em planejar o futuro e mostra aspecto positivo da crise: a sociedade passou a reconhecer a importância da profissão.

“Recuperamos o respeito de toda uma população que passou a ver a verdadeira importância da nossa profissão. Começamos a olhar para o futuro e ver que temos resiliência”, afirmou. “Estamos muito confiantes de que isso vai passar. Portanto, temos que aproveitar e fazer os ajustes que nossas agências precisam”, complementou Carlos Prado.

Prado também acredita que o home Office veio para ficar. O que não significa que será uma nova regra, mas que as empresas poderão ter dias alternados no escritório, aprenderem a trabalhar com sistemas e informações na nuvem e melhorar a qualidade de vida dos colaboradores.

RECONHECIMENTO

Os presidentes das entidades também comemoraram a Nota Técnica da Secretaria Nacional do Consumidor do Ministério da Justiça. Ela reconheceu que o agenciamento é responsável apenas pela sua parte de uma venda – fato considerado histórico pelo trade. “Isso leva a gente para um outro patamar, porque pela primeira vez temos isso por escrito. Isso vai fazer grande diferença porque é o começo”, destacou Magda.