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CBRE. Centros com click & collect e estacionamento com faixas de entrega rápidas

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Carlos Récio, director A&T Retail CBRE, explica como os 14 centros e retail parks geridos pela CBRE se estão a preparar para a reabertura.

Gerem centros comerciais como o RioSul Shopping ou o Ubbo e retail parks como Aveiro Retail Park, um total de 14 ativos, onde estão presentes 741 lojistas, espaços que assegura a CBRE estão preparados para a abertura a 1 de junho dos shoppings.

Pontos de click & collect e parques de estacionamento com fast lanes, faixas dedicadas a entregas de encomendas e compras de uma forma mais célere, apoiando o comércio digital dos lojistas de cada centro, são algumas as novidades introduzidas nos espaços geridos pela CBRE para a reabertura. Os visitantes terão ainda acesso a informação sobre a lotação dos centros e das lojas, que terão QR Codes à entrada, para informação em tempo real da lotação da mesma.

Carlos Récio, director A&T Retail CBRE, explica como os centros se estão a preparar para a reabertura.

A abertura dos centros comerciais está prevista para 1 de junho, mas a APCC já pediu que fosse antecipada essa data, pedindo inclusive que fosse já no dia 18 de maio. Há efetivamente condições para uma abertura em segurança?

Os centros comerciais de uma forma geral estavam preparados para que tal pudesse ocorrer e importa até recordar que são estruturas que permaneceram abertas, embora com limitações, mesmo durante o estado de emergência.

Que procedimentos foram implementados pela CBRE nos espaços que gere para garantir que as preocupações da DGS para evitar que esses espaços não se transformem em focos de contágio?

Foram tomadas todas as medidas determinadas pelas autoridades no que respeita às medidas de higiene, etiqueta respiratória e distancias de segurança acompanhadas por uma campanha de comunicação interna a todos os nossos visitantes com o objetivo de tornar seu cumprimento mais fácil para todos os utilizadores do Centro Comercial. Adicionalmente implementamos um conjunto de procedimentos com o objetivo claro de reduzir o risco de contágio mas igualmente proporcionar a melhor experiência possível aos nossos visitantes.

Entre as várias medidas obrigatórias por lei, adotamos outras medidas como o controlo generalizado de lotações, quer sanitárias, quer no encerramento temporário de determinados acessos a cada centro, como o estabelecimento de acessos exclusivos a entradas ou saídas. Em todos os centros será possível saber, em tempo real, a sua lotação pela integração dos sistemas de contagem de footfall.

As praças de restauração terão a anulação de mesas e lugares sentados, o balcão de atendimento passarão a contar com divisórias de proteção e as zonas de descanso e de recreio continuarão temporariamente encerrados. Ao nível da mobilidade nos centros, haverá uma limitação da ocupação dos elevadores a utilizadores prioritários e promoção de estacionamento de veículos alternados nos parques de cada centro.

Os dispensadores de soluções líquidas de base alcoólica foram triplicados, estando disponíveis a todos os visitantes e clientes. Todos os serviços de limpeza e desinfeção mantém o plano em vigor (limpeza extra em áreas de maior tráfego e áreas de maior ponto de contato) e o sistema de climatização foi alterado, de forma a minimizar a propagação e qualidade de ar do centro. A nível de prestadores de serviços, passará a ser feito um controlo de temperatura dos mesmos – desde que com o respetivo consentimento.

Nas instalações sanitárias foram instalados sistemas no touch para evitar manipulação direta e os secadores de mãos foram desativados, tendo como alternativa toalhas descartáveis. Foi ainda encetada a alteração das rotinas e horários de cargas e descargas e de gestão de resíduos, minimizando a aglomeração de mercadoria, resíduos ou pessoas.

Os centros passarão a contar com pontos de click & collect e os parques de estacionamento passarão a ter fast lanes, faixas dedicadas a entregas de encomendas e compras de uma forma mais célere, apoiando também o comércio digital dos lojistas de cada centro.

A nível de hospitalidade, foram promovidas ações de sensibilização/formação a todos os serviços para encetar um amplo plano de gestão de filas de espera, de expectativas de clientes e sobre a situação atual. Cada um dos centros passará ainda a contar com uma figura que dedica-se exclusivamente ao apoio aos clientes em era Covid-19. Os serviços de segurança foram ainda reforçados em todos os centros geridos e comercializados pela CBRE.

Inspirada no movimento #VamosFicarTodosBem lançamos a campanha #TodosBemSeguros que irá ilustrar de forma clara todas as normas de segurança, higiene, distância social e capacidade de lotação em cada local de convergência e interação dos centros. Desde entradas e saídas, ao parking, espaços comuns e até pavimentos, passarão a contar com informação de tom empático e transversal todas as gerações para que cada utilizador tenha o conforto de saber interagir em cada momento da sua jornada.

A nível digital, a campanha transversal a todos os centros sob a gestão da CBRE #StayHomeWith vai manter-se ativa, mesmo em fase de desconfinamento, com objetivo de dar continuidade à relação e empatia com os seus clientes, comunidades e lojistas ampliada no período de quarentena. Nas redes sociais de cada centro, todas as semanas, são partilhadas sugestões de programação e atividades, sugestão de compras nas lojas de cada centro, bem como são divulgados projetos artísticos emergentes no âmbito cultural, um tecido fortemente impactado pelo coronavírus.

Por último, mas não a menos importante, implementamos uma série de medidas de apoio a lojistas, para que estes possam aumentar o engagement com as comunidades de cada centro, bem como minimizar os efeitos dos tempos de espera e consequente quebra nos seus negócios. Para além dos novos serviços que visam clientes e lojistas numa experiência mais digital e utilitária, serão ainda implementadas a criação de QR Codes em cada entrada de loja, para informação em tempo real da lotação da mesma, e de cartões virtuais de cada centro para pagamentos mais seguros.

A nível digital, a CBRE vai ampliar a estratégia de comunicação segmentada e campanhas de engagement que visam não só o centro, como todos os seus lojistas através de conteúdos e promoções. Está ainda em estudo a criação de eventos e iniciativas via realidade virtual/aumentada e criação de uma plataforma de reservas online para restaurantes e foodcourt.

Durante o Estado de Emergência alguns operadores/gestores de centros comerciais suspenderam as rendas dos lojistas que tiveram de encerrar outros perdoaram mesmo as rendas. Qual foi a decisão da CBRE? De que modo ajudaram os vossos lojistas a mitigar o impacto da crise?

A CBRE não sendo proprietária de nenhum ativo, não tem capacidade de decisão nestas matérias. Gerimos e comercializamos Centros Comerciais e Retail Parks para diferentes proprietários e a nossa missão é poder fornecer-lhes todas as informações necessárias e aconselha-los na tomada de decisões com vista a manter o equilíbrio nas relações comerciais e salvaguardar o interesse mútuo de lojistas e proprietários.

Na reabertura lojas estão limitadas à entrada de um número de clientes, consoante a sua dimensão, o que só por si já se repercute nas suas receitas. Há associações que já pedem descontos de 50% nas rendas comerciais pelo menos durante 3 meses e extensão do pagamento das rendas. Como olham para essas propostas? Vão reduzir rendas, oferecer algum tipo de condições mais favoráveis?

A CBRE tem mantido um diálogo constante e proactivo com os proprietários dos ativos que gere procurando ajudar a encontrar soluções equilibradas para as partes envolvidas. Nesse processo temos auscultado igualmente as preocupações de inúmeros lojistas, contribuindo ativamente dentro das limitações das nossas competências, na busca de soluções aceitáveis por ambas as partes.

Com muitos trabalhadores em lay-off, muitas famílias debatem-se com quebras de rendimento disponível. Que impacto considera que isso possa vir a ter no comércio nos shoppings e no comércio de rua?

Diria que a quebra no consumo é uma realidade já evidente em vários sectores e numa economia como a Portuguesa, altamente dependente do exterior, a ausência de turistas tem agravado esta situação, Estamos convictos que afetará negativamente todos os formatos de retalho e as evidências que nos surgem de países que reabriram o comércio mais cedo, são de uma quebra generalizada nas vendas e no footfall, atingindo frequentemente cerca de 50%. Estamos seguros de que existirá uma melhoria nestes registos, embora não seja ainda claro com que ritmo.

Com as pessoas a recear grandes aglomerações pensa que isso possa eventualmente vir a beneficiar o comércio de rua?

Pensamos que de uma forma geral todos nós, conscientemente ou inconscientemente iremos evitar algumas aglomerações até que o medo e o risco de contágio seja mais reduzido. Desta forma, numa primeira fase acreditamos que os Retail Park terão uma retoma mais célere e pelas mesmas razões, o comércio de rua pode ter igualmente um comportamento mais positivo. A exceção serão as zonas tradicionalmente dependentes da presença de turistas o que nesta fase do desconfinamento como todos sabemos, não se encontram ainda de volta ao nosso mercado.

Assistimos nos últimos anos à abertura de muitas lojas de distribuição moderna no comércio de rua, bem como shoppings. Que impacto considera que a situação de pandemia poderá ter nesse ritmo de aberturas?

Em alturas de crise existe sempre uma tendência para se repensar estratégias, racionalizar estruturas e otimizar recursos. Se juntarmos a estes fatores as alterações nos padrões e hábitos de consumo das novas gerações diria que estão reunidas as condições para que os operadores possam ajustar as suas estruturas ás novas condições e potencial do mercado. Em qualquer caso, verificámos em situações de crise anteriores que os ajustamentos maiores se verificam em conjuntos comerciais mais débeis e em localizações secundárias de comércio de rua.

Ocorreram igualmente a muitas operações de compra de centros comerciais. O que antecipa que o atua clima possa vir a resultar nesta área de negócio?

Com a incerteza que se instalou no mercado e em particular no sector do retalho será mais difícil concretizar este tipo de operação e as que se realizarem serão seguramente efetuadas com uma yield mais elevada.