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António Saraiva, presidente da CIP. Fotografia: Paulo Spranger/Global Imagens

CIP. 69% das empresas aguardam por financiamento bancário

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Linha de crédito de 6,2 mil milhões está praticamente esgotada, alerta António Saraiva, presidente da CIP.

Praticamente sete em cada 10 empresas que pediram financiamento junto dos bancos estão a aguardar resposta. 68,8% das empresas que pediram apoio à banca ainda não recebeu verba e as linhas de crédito estão praticamente esgotadas, alertou esta segunda-feira António Saraiva, presidente da CIP – Confederação Empresarial de Portugal, após a divulgação do quarto inquérito “Sinais Vitais”. 41,7% das empresas inquiridas adiantam ainda que vão adiar ou cancelar investimentos por causa dos efeitos económicos do novo coronavírus.

As linhas de crédito para as empresas têm um total de 6,2 mil milhões. Só que as candidaturas já “ultrapassaram os 10,5 mil milhões de euros”, referiu o líder da CIP durante a apresentação dos resultados do inquérito. Com as candidaturas a excederem em 69,4% o montante disponível, “há empresas que nunca vão aceder a esta linha se não houver qualquer reforço”, alertou António Saraiva.

Dos 6,2 mil milhões de euros das linhas de crédito disponíveis, 98,3% já foram aprovados, o que corresponde a 6,1 mil milhões de euros. Só que do montante aprovado, “apenas foram contratados 3,1 mil milhões de euros”, ou seja pouco mais de metade. Este diferencial entre aprovação e contratualização deve-se, sobretudo, à “excessiva burocracia de montagem das operações”.

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Na área da capitalização das empresas, António Saraiva voltou a defender mecanismos “de fundo perdido em vez de dívida a somar dívida”. Com 82,2% das companhias inquiridas a dar prioridade ao recurso a instrumentos de capitalização, o líder dos empresários prefere utilizar os impostos “incentivando postos trabalho do que impostos para subsídio de desemprego de desaparecimento de postos de trabalho”.

Os resultados do quarto inquérito da CIP também mostram que 42% das empresas já pediram financiamento bancário, o que compara com os 38% do inquérito da semana passada. Por outro lado, 42% das entidades dizem que não não pediram nem pensam vir a pedir qualquer apoio à banca (na semana passada, esta era a resposta de 46% dos inquiridos).

Adiar ou cancelar investimento

Os dados da CIP também mostram que 41,7% das empresas inquiridas vão suspender ou cancelar o investimento previsto para este ano e que estava previsto para aumentar a capacidade produtividade e melhorar instalações.

A ordem para adiar investimentos vem sobretudo das micro empresas (51,9%) e das pequenas empresas (42,4%). A redução de encomendas e as perspetivas económicas negativas são as principais causas desta decisão.

Há também 40,3% que vão manter parcialmente o investimento para 2020, previsivelmente abaixo dos 60% inicialmente previstos. A aposta será sobretudo no aumento da capacidade de produção e nas instalações. Apenas 18% das empresas vão manter os níveis de investimento tal e qual como estava previsto.

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O inquérito revela ainda que 56% das empresas questionadas já estão em pleno funcionamento e que apenas 6% das entidades mantêm-se totalmente enceradas.

Nota ainda que 56% das empresas inquiridas consideram as medidas da União Europeia são pouco ou nada adequadas.

O quarto estudo do projeto Sinais Vitais, em colaboração com o Marketing FutureCast Lab do ISCTE, teve como amostra 1034 empresas de entre 150 mil. A maior parte dos inquiridos, 46%, operam nos sectores da indústria e energia.