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Pinto da Costa
Foto: Pedro Correia/Global Imagens

Pinto da Costa quer Cidade do F. C. Porto no próximo mandato

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O presidente do F. C. Porto, Jorge Nuno Pinto da Costa, publicou esta segunda-feira, no site oficial da candidatura à presidência dos dragões, uma carta direcionada aos sócios onde faz uma análise ao presente e também refere algumas das mudanças que pretende implementar caso vença as eleições.

Pinto da Costa começou por mencionar que este é um momento que exige mudanças e abordou os desafios atuais. "Estou disponível para voltar a protagonizá-las. Queremos continuar a ser um caso de estudo no panorama do futebol mundial, e isso implica superar deficiências nos planos financeiro, organizacional e desportivo. Além disso, impõe-se renovar os órgãos dirigentes do clube. Os objetivos serão os mesmos de sempre: ganhar, ganhar, ganhar", disse o líder máximo dos dragões.

"No futebol, conquistar títulos em todas as épocas é a meta que se sobrepõe a todas as outras. Incrementar a competitividade da nossa equipa principal será sempre prioritário, sabendo-se que atravessamos uma fase em que o rigor das escolhas tem de ser cada vez maior e em que as camadas jovens têm de assumir um papel preponderante". Uma meta que acredita poder alcançar mais facilmente quando colocar em funcionamento "durante o próximo mandato a Cidade do F. C. Porto".

Eis a carta na íntegra:

"Caro sócio do FC Porto,

Dediquei a maior parte da minha vida a servir o FC Porto. Sou presidente da direção há 38 anos, mas antes já tinha tido a honra de ajudar o clube noutras funções: fui seccionista do hóquei em patins, do hóquei em campo e do boxe entre 1962 e 1969; diretor das modalidades amadoras de 1969 a 1972; e diretor para o futebol entre 1976 e 1980. Quando tomei posse a 23 de abril de 1982, já tinha participado nas conquistas de dois campeonatos de futebol e de muitos outros troféus. Desde essa altura, vivi com todos vós um conjunto de tantas e tão grandes alegrias que nem cabem em palavras, mas não é para o passado que quero olhar agora, em 2020, quando me candidato para mais um mandato à frente do clube. O que me moveu foi sempre o futuro. Se todos juntos ganhámos muito, foi porque soubemos sempre acompanhar as mudanças ou estar à frente delas. Por isso vencemos em tempos tão diferentes.

O diagnóstico sobre o presente é duro. Vivemos num mundo cada vez mais globalizado e incerto, e a pandemia com que estamos a lidar atualmente é só mais uma confirmação disso mesmo. O universo do desporto não foge a essa regra, que tem tido como uma das consequências mais importantes o aumento das desigualdades entre os clubes dos campeonatos mais ricos da Europa e os restantes. Há dois dados muito significativos: a última vez que uma equipa de fora dos cincos principais campeonatos europeus venceu a Liga dos Campeões foi em 2004; e a última vez que uma equipa de fora dos dois principais campeonatos europeus venceu a Liga Europa foi em 2011. Nos dois casos, foi o FC Porto.

Tal como aconteceu quando me candidatei pela primeira vez, tenho consciência de que este é um momento que exige mudanças e estou disponível para voltar a protagonizá-las. Queremos continuar a ser um caso de estudo no panorama do futebol mundial, e isso implica superar deficiências nos planos financeiro, organizacional e desportivo. Além disso, impõe-se renovar os órgãos dirigentes do clube. Os objetivos serão os mesmos de sempre: ganhar, ganhar, ganhar.

No futebol, conquistar títulos em todas as épocas é a meta que se sobrepõe a todas as outras. Incrementar a competitividade da nossa equipa principal será sempre prioritário, sabendo-se que atravessamos uma fase em que o rigor das escolhas tem de ser cada vez maior e em que as camadas jovens têm de assumir um papel preponderante. Apesar de várias dificuldades, nos últimos anos tivemos capacidade para formar uma extraordinária geração de jogadores, que alcançou o topo da Europa e que já começa a dar cartas ao mais alto nível. Acredito que o sucesso do FC Porto no presente e no futuro passa por muitos desses atletas, e tenho a convicção de que poderemos fazer ainda mais e melhor quando entrar em funcionamento, durante o próximo mandato, a Cidade do FC Porto, um conjunto de instalações de ponta que será muito mais do que um centro de treinos ou de estágio.

Nas restantes modalidades, o objetivo é igualmente manter o nível de elite do FC Porto. Tornar o que já temos cada vez melhor parece-me mais importante e mais adequado à realidade atual do que pensar no que não existe neste momento. Este princípio não invalida, de forma alguma, que possam surgir novos projetos, ao nível daqueles que ainda recentemente resultaram nas reativações do ciclismo e do voleibol, na vertente feminina. Tanto num caso como no outro, trata-se de parcerias devidamente sustentadas e ao nível dos pergaminhos do nosso clube, que se traduzem naquilo que é mais importante: títulos.