Ciro diz que Moro foi desleal e que divulgação de vídeo foi desserviço

Alinhado com o presidente da República, o senador Ciro Nogueira classificou como desserviço ao país, a divulgação do vídeo da reunião ministerial citada pelo ex-ministro da Justiça Sergio Moro em depoimento à Polícia Federal como um indício de que Jair Bolsonaro desejava interferir na autonomia da PF. Para Ciro, Moro foi desleal e contribuiu para a instabilidade no país.

“São situações que só trazem instabilidade. As pessoas estão pensando muito mais em si do que no país como todo. A divulgação desse vídeo foi um absurdo. O antigo ministro (Moro) era um homem que tinha uma imagem muito boa no combate a corrupção, mas agiu com uma deslealdade com o presidente da República jamais vista na história. Inventando uma situação. Até foi bom divulgar esse vídeo para que a população visse que não tinha nada demais”, afirmou durante entrevista nesta segunda-feira (25) à TV Cidade Verde.

Segundo ele, os vídeos divulgados em nada tem a ver com o que está sendo investigado, contribuindo para aumentar a instabilidade no país.

“Era uma reunião interna e houve muitos ataques a outras situações que não tem nada a ver com as investigações e só trouxe instabilidade. Foi um desserviço o que aconteceu. Foi um crime o que esse ministro fez contra o nosso país, contra a estabilidade. Isso não trouxe nada de bom”, declarou.

Foto: Reproduçã/TV Cidade Verde

https://cidadeverde.com/assets/uploads/noticias/85c0d758321afd01811ea36792344134.jpg

Ciro, que emplacou seu chefe de gabinete, Marcelo Lopes, no comando do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), voltou a dizer que seu apoio ao presidente é pelo bem do país. Ele citou como exemplo a negociação que o Progressistas participou para elevar o valor do auxilio emergência à população de baixa renda afetada pela pandemia do novo coronavírus.

“Temos um entendimento com o presidente da república, sabemos da necessidade de se aprovar reformas. Tem muitas matérias que nós temos uma sintonia com o presidente da República, outras nós não concordamos. Estamos apoiando não o governo Bolsonaro, mas o país. Não fazemos oposição por fazer oposição. O presidente quando encaminhou o auxílio foi no valor de R$ 200 e graças ao nosso partido foi aumentado para R$ 600”, declarou.

Para Ciro, eleições municipais deveriam ser adiadas para 2022

Apesar de achar que não há tempo suficiente para o Congresso Nacional votar uma PEC que altere a data das eleições deste ano, Ciro defende que o pleito aconteça mesmo só em 2022. 

“Qualquer alteração, seja para adiamento das eleições neste ano, ou seja, para daqui a 2 anos, é preciso se aprovar uma proposta de emenda à Constituição. É muito difícil de isso acontecer nos dias de hoje. O mais provável é que as eleições sejam, infelizmente no meu ponto de vista, no mês de outubro. Eu sou totalmente favorável de colocar as eleições para daqui a 2 anos. Fazer eleição em outubro ou novembro vai contribuir para se alastrar o vírus. É uma eleição municipal onde há o contato dos vereadores nas reuniões. Nem todo mundo vai respeitar essa situação”, disse Ciro, que também defende a reabertura gradual das atividades econômicas.

“Temos que nos preparar para a reabertura do comércio e seguir regras. Acredito que no início do mês de junho deve começar a fazer a abertura em Teresina e no estado”, finalizou.

Hérlon Moraes
herlonmoraes@cidadeverde.com