https://www.acidigital.com/imagespp/size680/AbortoObispoInglaterraCasa_220520.gif
Bispo de Shrewsbury, Mons. Mark Davies / Crédito: Mazur / catholicchurch.org.uk

Bispo lamenta promoção "sinistra" de abortos domésticos durante a pandemia

LONDRES, 25 Mai. 20 / 03:00 pm (ACI).- Um bispo da Inglaterra criticou o Governo por promover a realização de abortos em casa durante o confinamento pela pandemia de coronavírus, COVID-19.

Em 21 de maio, em uma Missa para aqueles que trabalham na linha de frente para conter a pandemia, o Bispo de Shrewsbury, Dom Mark Davies, sugeriu que o país teria que enfrentar “reconsiderações necessárias” à raiz da crise.

“Nos próximos dias, temos que fazer algumas reconsiderações necessárias para nos perguntar como valorizamos os membros mais frágeis da sociedade, os idosos que dependem dos nossos cuidados ou os nascituros, cujas vidas e o bem-estar de suas próprias mães, foram atacados por uma medida sinistra do Departamento de Saúde para promover o aborto ‘autoinduzido’ nos primeiros dias da crise”, criticou o Prelado.

"A vida humana só é realmente valorizada à medida que se valoriza toda vida humana”, ressaltou.

Em março, o Departamento de Saúde e Assistência Social do Reino Unido anunciou que as leis de aborto do país estavam mudando para permitir que mulheres com até 10 semanas de gravidez concluíssem um aborto com medicamentos em casa, após uma consulta por telefone ou on-line com um médico.

A mudança foi aplicada em todo o país, mas só teve efeito prático na Inglaterra, já que a administração domiciliar de abortos já está permitida pela lei escocesa e galesa.

Dom Davies falou sobre esta situação na Catedral de Shrewsbury na última de uma série de Missas para trabalhadores da saúde e assistência social celebradas pelos bispos. As Missas terminam pouco antes do “Clap for our Careers” semanal, momento no qual as pessoas de todo o Reino Unido ficam do lado de fora de suas casas para aplaudir aqueles que ajudam pacientes com coronavírus.

Em sua homilia, Dom Davies disse que a abordagem moderna dos cuidados de saúde remonta à evangelização da Inglaterra.

“A visão da saúde de nossa nação não começou por uma iniciativa do estado, mas por este imperativo de amar e servir os mais necessitados. Em suas formas modernas, nossas profissões médicas e de enfermagem se inspirariam nessa caridade sem limites”, disse.

“Hoje podemos ver, talvez mais claro do que nunca, como a dedicação de nossos médicos, enfermeiros e assistentes sociais, e o trabalho de tantos trabalhadores essenciais, nos serviços de emergência e no trabalho muitas vezes oculto de limpeza, lojas e transporte, assim como diversos voluntários demonstraram esse mesmo desejo de servir", ressaltou.

O Prelado incentivou os católicos a rezarem pelos líderes que enfrentam "decisões sem precedentes" em meio à pandemia, porque a ciência por si só "nunca pode servir como um guia suficiente para a vida e as escolhas da sociedade humana".

“Precisamos de algo maior, essa visão moral do valor e da dignidade da pessoa humana que ajudou a formar essa nação desde o início. Se alguma vez perdermos de vista essa visão” estaremos correndo perigo, afirmou.

Os bispos continuarão celebrando as Missas às quintas-feiras para os trabalhadores da linha de frente durante junho e julho.

O Reino Unido, com uma população de quase 67 milhões, tem o segundo maior número de mortes por COVID-19 no mundo, depois dos Estados Unidos. De acordo com o Centro de Recursos de Coronavírus Johns Hopkins, mais de 36.800 pessoas morreram no Reino Unido devido à doença em 25 de maio.

Publicado originalmente em ACI Prensa. Traduzido e adaptado por Nathália Queiroz.