NET Claro interrompe venda do Premiere até a volta do futebol
by Felipe DemartiniTudo sobre
A NET/Claro anunciou nesta segunda-feira (25) que vai interromper a venda de novos pacotes do Premiere até que seja marcada uma data para a volta do futebol no Brasil. O grupo de canais, que exibe partidas que nem sempre são transmitidas pela televisão aberta, também pode ter sua assinatura suspensa por aqueles que já são clientes como forma de reduzir o valor total de suas faturas.
A operadora é a primeira a tomar esse tipo de decisão desde que os jogos foram suspensos em março deste ano por conta da pandemia do novo coronavírus. De acordo com a operadora, a ideia é que, como os canais não estão sendo capazes de oferecer a programação usual, com partidas dos campeonatos estaduais e do Brasileirão, não faz sentido ofertar o canal a novos clientes neste momento, em um movimento que chamou de “racionalização” de sua oferta de conteúdo.
Enquanto as partidas não voltam, os clientes atuais do Premiere estão assistindo a reprises e programação especial que, de acordo com a operadora, foi feita para não “deixar os assinantes afastados do futebol”. Porém, os que desejarem suspender da assinatura podem solicitar isso pelos canais de atendimento da operadora sem prejuízo financeiro — a NET/Claro lembra, entretanto, que parte da receita vai para os times brasileiros ao final de cada ano e que os valores devem ser pagos em 2020 mesmo com a suspensão dos jogos no Brasil.
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De acordo com os números do UOL Esporte, houve queda de 20% na base de assinantes do Premiere desde a suspensão das partidas, com cerca de 360 mil cancelamentos a partir de março deste ano. As perdas que podem ultrapassar a marca dos R$ 40 milhões. Em comunicado, a Globo disse esperar que as receitas se normalizem assim que as partidas do futebol brasileiro retornem.
Sem previsão
Apesar de ser pauta constante em reuniões dos governos federal e estaduais do Brasil, ainda não há data precisa para a volta do futebol. Na Alemanha, por exemplo, as partidas voltaram na última semana sem presença de público, uma alternativa que também é estudada por outras competições esportivas como a Fórmula 1, por exemplo, que deve retomar suas atividades em breve sem espectadores e com calendário reduzido.
O presidente Jair Bolsonaro cita a volta das partidas como um incentivo para que as pessoas fiquem em casa, em uma medida que também seria apoiada pelo Ministério da Saúde. Entretanto, o plano do governo do Rio de Janeiro sobre isso inclui a volta do futebol com público de até 50% da capacidade dos estádios, apesar de não falar em datas. Esta é apenas uma das ideias de flexibilização que serão adotadas a partir de certos patamares como uma taxa negativa de crescimento de novos casos e ocupação de leitos de UTI entre 70% e 90%.
Os planos para retorno incluem a medição de temperatura dos atletas, demais profissionais dos clubes, imprensa e público, bem como a desinfecção completa dos estádios e materiais esportivos antes e depois das partidas. Os torcedores deverão ficar a uma distância mínima de dois metros entre si e o uso de máscaras será obrigatório para todos os presentes. A proposta teria apoio de times e atletas, mas, por enquanto, nem o governo do Rio de Janeiro nem a prefeitura da capital do estado falaram em datas.