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Flexibilização em BH: Shopping Oiapoque reabre com fila e controle de acesso

Movimento foi grande no primeiro dia de reabertura de parte do comércio na capital mineira; nova medida foi aprovada pela maioria das pessoas

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Movimento foi grande no shopping Oiapoque; número de clientes foi limitado na unidade para evitar aglomeraçõesFoto: Cristiane Mattos/O Tempo
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Apesar das filas que se formaram no entorno, funcionários do Oiapoque tentavam organizar o distanciamento entre as pessoasFoto: Cristiane Mattos/O Tempo

No primeiro dia após mais de dois meses fechado, o shopping Oiapoque, na região Central de Belo Horizonte, registrou grande movimentação em plena pandemia do coronavírus. Apesar das filas que se formaram no entorno, tanto de pessoas quanto de carros, funcionários da unidade tentavam organizar o distanciamento entre os clientes e faziam o controle do acesso. Com movimentação de mais de 2.500 pessoas por hora nos dias normais, a capacidade de atendimento no espaço foi limitado para 507 por vez. Além disso, os boxes vão funcionar em dias alternados para evitar aglomerações no local.

O motorista José dos Santos, de 46 anos, diz que a flexibilização é positiva. Apesar da fila cheia, ele garante que não levou tanto tempo para entrar. “Pelo menos alguma coisa aberta. Fiz a compra bem rápido também, precisava de uma câmera de ré do ônibus. Aqui é mais barato”, conta. A opinião é compartilhada pela estilista Dorleane Torres, 53, que foi até o local para comprar um fone de ouvido sem fio. "De uma forma dou apoio para os comerciantes, desde que use esse processo de controle de acesso, para ajudar. É importante. Tem que ajudar as pessoas", afirma.

Já o sócio-diretor do shopping Oiapoque, Mário Valadares, enfatizou que são adotadas diversas ações para organizar o fluxo de pessoas dentro da unidade, além da distribuição de máscaras para quem vier sem o equipamento de proteção, aferição das temperaturas na entrada, desinfecção dos pisos com água sanitária e disponibilização de álcool em gel. E, a cada trinta minutos, um alarme é disparado para que os comerciantes e trabalhadores lembrem de passar álcool em gel nos balcões e nas mãos.

"Teve um pouco de excitação por parte dos belohorizontinos, muitos deles acharam que ia abrir às 9h, fizeram uma fila grande. E como a gente está com a limitação de 507 pessoas, muitos vão ficar lá fora esperando. Estamos fazendo o rodízio também, só metade dos boxes que estão abrindo, e um controle grande para evitar aglomeração. Colocamos sentido único nos corredores, e os locais de espera com distanciamento de um metro e meio", resume.

Conforme o decreto da prefeitura que entrou em vigor hoje, os shoppings populares podem funcionar das 11h às 19h. O dirigente acrescenta que os clientes estão respeitando todas as regras e que a reabertura do espaço é importante para evitar o aumento de camelôs nas ruas. "Antes tê-los aqui de uma forma organizada e segura, do que no hipercentro, que é o que está acontecendo no Brás, em São Paulo, e no Centro do Rio de Janeiro, com uma aglomeração enorme de camelôs. Foi uma decisão muito inteligente", argumenta.

E mesmo com o fluxo menor de pessoas, os comerciantes estão com as expectativas altas para a retomada das atividades. "Vai ser uma receita bem baixa, mas só de ter essa arrecadação dá um certo fôlego para eles, uma calma do espírito dessas pessoas que estão sofrendo muito. São de classe D, na base da pirâmide", explica Mário Valadares

Dona de um box no shopping há 15 anos, Fernanda Rocha afirma que a flexibilização é um alívio para o setor. "Estamos com os pés no chão, temos que entender que é preciso cumprir as normas todas, o shopping está dando todo o suporte para a gente, estamos indo devagar. Vai ser um processo mais lento, mas ficar fechado dois meses foi muito difícil", comenta. Ela alega que, por não ter conseguido sucesso nas vendas online, mal conseguia arcar com as despesas. "Não tivemos muito sucesso. A minha mercadoria é algo que o pessoal gosta de ver, experimentar, tocar", frisa.

Vinícius Mendes, que trabalha com assistência e acessórios para celular, acredita que só no ano que vem o comércio voltará à normalidade devido à pandemia do coronavírus. "Ainda tem umas questões, alguns boxes fechados, a limitação, mas pelo menos começou a retomar aos poucos e ficamos felizes com isso. Todos os meus funcionários estão com máscara, a proteção de acrílico na frente, os balcões distanciados, as marcações dos clientes", diz.

Sem conscientização

Do lado de fora, a auxiliar de serviços gerais, Ester Andrade, 23, pediu que a população seja mais consciente para que o comércio possa voltar a funcionar. “Estou vendo muita gente vindo só para passear mesmo. Tem que ser por necessidade. Estava muito tempo parado, o pessoal passando dificuldade”, acrescentou. Sem o óculos de grau, ela procurou o shopping para comprar um novo pelo preço mais em conta praticado nos boxes do local.

O motoboy Rudney Francisco, 36, afirma que as pessoas deveriam ser mais cuidadosas diante do crescimento de casos de coronavírus em Belo Horizonte e só saírem de casa para o necessário. Ele foi até o Oiapoque por trabalho e reclamou da aglomeração nas filas. "Não deveria nem abrir, tinha que continuar do jeito que tava. Eu vim fazer uma troca de peça aqui, vou ter que enfrentar uma fila, não sei que horas vou sair daqui", finaliza.