Live do Tempo
Presidente da Anfavea prevê que Covid-19 afetará até mesmo o transporte coletivo
Entrevistado desta segunda-feira, Luiz Carlos Moraes afirmou que o setor perdeu cerca de 80% do faturamento e que o coronavírus impactará toda a cadeia de transporte
by Wallace GracianoEntrevistado da tarde desta segunda-feira (25) da Live do Tempo, o presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), Luiz Carlos Moraes, afirmou que o setor automobilístico como um todo sofrerá os impactos do novo coronavírus (Covid-19). Durante a conversa, o mandatário da entidade afirmou que ainda é cedo para fazer qualquer projeção sobre o comportamento do consumidor devido ao patógeno, mas é certo que toda a cadeia automobilística será drasticamente afetada, inclusive o transporte coletivo, uma vez que os consumidores, segundo ele, vão demandar maior segurança.
“Ainda estamos imaginando o futuro. As montadoras estão fazendo pesquisas para entender o comportamento do cliente em relação ao setor. E, com o que sabemos e projetamos, já podemos ficar preocupados com toda a cadeia. Não só os automóveis de passeio, como o transporte público também será afetado, já que os transportes urbano e rodoviário também caíram muito. O que vemos é que o modelo de transporte vai sofrer mudanças, principalmente em relação à segurança”, apontou Moraes.
Um dos motivos pelos quais ele acredita nessa mudança de chave é a exigência do consumidor por segurança. Segundo ele, esse fator poderá ser benéfico para o nicho de carros populares.
“Acompanhando outros mercados, como Alemanha e China, observamos que existe, sim, uma tendência de as pessoas se sentirem protegidas dentro do próprio carro em vez do transporte público, pois vão querer usar o carro como bolha de proteção. O carro passou a ter um novo elemento, que é a segurança da saúde. Ainda é cedo para ver como ficará esse consumidor no mundo”, completou o presidente da Anfavea.
Queda de faturamento
Entender o comportamento dos consumidores será vital para as montadoras em virtude da queda de faturamento, conforme explicou Moraes. Isso porque o setor teve queda abrupta de 80% das vendas devido à crise do novo coronavírus.
“A indústria vinha de produção e vendas muito boas, com crescimento de 9% neste ano. Quando recebemos o impacto da economia, todas as montadoras fecharam as plantas em virtude da preocupação com a saúde dos colaboradores. Por isso, tivemos queda na produção, voltando aos números de 1957. Em vendas, de agora para a primeira quinzena de março, tivemos queda de 80% no emplacamento e no licenciamento de veículos. Estamos em um momento difícil e esperamos que o governo tenha uma solução para a crise da saúde”, avaliou Moraes.