Procurador russo pede 18 anos de prisão para norte-americano acusado de espionagem
Fuzileiro norte-americano Paul Whelan assegura ter sido vítima de uma armadilha. Foi detido em 2018.
by LusaO procurador russo pediu hoje uma pena de 18 anos de prisão contra Paul Whelan, um ex-fuzileiro norte-americano julgado por espionagem e que assegura ter sido vítima de uma armadilha, anunciou o seu advogado.
O procurador "pediu que fosse declarado culpado e condenado a 18 anos de campo em regime severo", declarou aos jornalistas Vladimir Jerebenkov frente ao tribunal, acrescentando estar "em choque" com esta requisição "muito dura".
"Espero uma decisão justa", acrescentou o advogado, ao anunciar a data de 15 de junho para o veredicto do tribunal.
Paul Whelan, 50 anos, que também possui as cidadanias canadiana e irlandesa, foi detido em 2018 "quando cometia um ato de espionagem", segundo os serviços de segurança russos.
O seu advogado afirma que foi alvo de uma armadilha movida por um dos seus conhecimentos, que lhe entregou uma ‘pen’ USB que continha o que Paul Whelan pensava serem fotografias registadas em sua companhia durante uma anterior estadia na Rússia.
"O procurador pensa que Paul Whelan é culpado, que é um oficial da agência de informações de defesa americana e que tentou efetivamente receber informações que são segredo de Estado e poderiam comprometer a segurança da Rússia", acrescentou Vladimir Jerebenkov.
Na sua declaração perante o tribunal, Paul Whelan assegurou que "não cometeu qualquer ato de espionagem e não recolhia qualquer informação secreta", segundo o advogado.
O caso Paul Whelan constituiu uma das múltiplas fontes de tensão entre Moscovo e Washington, com as relações a agravarem-se em particular pelos diferendos em torno do conflito ucraniano, a guerra na Síria ou a manutenção da paridade estratégica entre as duas grandes potências.