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Os 5 melhores filmes do Studio Ghibli

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Escolher os cinco melhores filmes do Studio Ghibli é uma tarefa ingrata: todos os filmes, mesmo os mais fracos e menos conhecidos do grande público, têm algo a oferecer, nem que seja o primor do trabalho gráfico do estúdio ou a sensibilidade embutida nas metáforas e personagens criados pelos realizadores.

Não é a toa o reconhecimento que têm os filmes Ghibli: não é fácil inserir em obras que podem ser vistas por crianças temas pesadíssimos como o fascismo italiano em Porco Rosso: O Último Herói Romântico, o maremoto que assolou o Japão em Ponyo: Uma Amizade que Veio do Mar, exploração infantil em A Viagem de Chihiro ou a ganância humana em… bom, em diversos títulos. Embora todas essas coisas ruins encontrem seu lugar nesses filmes, há muito mais espaço para elementos como o puro e simples bem, além de honra, amizade, amor, lealdade e a valorização do nosso lar, a natureza.

Não é impossível que seu filme favorito tenha ficado de fora dessa lista e, pessoalmente, a dor foi quase física ao deixar de escolher títulos como O Castelo Animado, Ponyo: Uma Amizade que Veio do Mar, Porco Rosso: O Último Herói Romântico, Sussuros do Coração e… vou parar de citar para não acabar elencando toda a filmografia do estúdio. A lista abaixo são filmes que considero importantes e, na dúvida, que corresponderam ao meu gosto pessoal.

Seu filme não foi citado? Não se preocupe. Compartilhe seus favoritos conosco nos comentários. Se quiser ficar por dentro da filmografia completa, vale a pena visitar o site oficial do Studio Ghibli em português. Vários desses títulos estão disponíveis para streaming na Netflix.

5. Meu Amigo Totoro

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Meu Amigo Totoro é o filme mais icônico do universo Ghibli e, às vezes, mesmo quem não conhece o filme pode saber quem é o personagem, já que ele aparece junto ao nome do estúdio no início de quase todos os filmes.

Absolutamente sensível, Meu Amigo Totoro, para além da ideia de envolver um espírito da floresta, se trata de um filme sobre família, amizade e, principalmente, otimismo, que era um sentimento necessário para o cenário pós-guerra no qual o filme é ambientado, mas também é uma mensagem atemporal, que permanece significativa para os espectadores contemporâneos e deve seguir imortal por décadas.

4. O Conto da Princesa Kaguya

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É uma pena que Isao Takahata não seja tão conhecido, pelo menos no Ocidente, quanto seu colega, Hayao Miyazaki. O Conto da Princesa Kaguya é um deleite visual: animação tradicional, cada frame é uma obra de arte à parte e o próprio traço chega a ser uma indicação do estado emocional dos personagens, sobretudo na sequência em que Kaguya foge e vemos a cor preta pela primeira vez na obra, no que ouso dizer ser uma das sequências mais memoráveis do cinema de animação.

Quanto à história, a paciência é compensada. Por ser a adaptação de um conto popular, a estrutura inicial e de desenvolvimento é bastante previsível e vale lembrar de previsibilidade não é sinônimo de má qualidade. Para contornar isso, Takahata aposta no desenvolvimento dos personagens, em histórias sinceras de amor e amizade, crescimento, amadurecimento e enfrentamento do destino. O final é a recompensa de quem soube apreciar além da adaptação de uma lenda.

3. Princesa Mononoke

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Dois temas podem ser encontrados em vários dos filmes de Hayao Miyazaki: a natureza deve ser respeitada e a igualdade de gêneros. Longe, sobretudo culturalmente, do legado eurocêntrico de príncipes, o principado aqui tem outros significados. Ou talvez tenha o significado que deveria ter: não governar para si ou em prol de interesses políticos e econômicos, mas uma versão "utilitarista" da luta pelo bem comum.

Em Princesa Mononoke, o bem-estar comum encontra na natureza a preciosidade que precisa ser preservada e, sobretudo, respeitada por todos. A inserção de criaturas mágicas, ao invés de criar uma distração como geralmente acontece em filmes como os da Disney-Pixar, é, nos filmes Ghibli, a expressão máxima de criação de ícones. Nada é gratuito e os personagens formam um espetáculo único em um roteiro que, em outras mãos, seria mais um filme sobre conflitos de interesses.

A trilha sonora de Princesa Mononoke é absolutamente marcante e, junto às imagens, formam o que é considerado por muitos como uma das maiores animações de todos os tempos ou até mesmo um dos melhores filmes da história do cinema, o que não é um exagero de forma alguma.

2. Túmulo dos Vagalumes

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O filme de Isao Takahata foi lançado junto a Meu Amigo Totoro nos cinemas, fazendo com que fosse considerado “uma das duplas em cartaz mais emocionantes e notáveis já oferecidas ao público do cinema”. E não é à toa.

Embora Meu Amigo Totoro tenha seu núcleo triste, as criaturas magníficas de Miyazaki ajudam a abrandar a tristeza (o que fazem com as personagens no contexto da trama e com nós espectadores). Túmulo dos Vagalumes, por outro lado, é considerado um dos filmes mais tristes já feitos e a beleza das imagens, ao invés de amenizar, intensifica esse sentimento.

Isso porque uma história quase biográfica de guerra e de fome, com um final tão impactante, talvez fosse impossível de ser amenizada. A tristeza também é importante e os Ghibli nos ensinam, de uma forma menos direta e mais sensível do que Divertida Mente, que a tristeza é necessária e nos ajuda a olhar para o mundo de outra forma, o que de modo algum justifica tragédias, mas, em se tratando de arte, essa é uma ferramenta para que possamos estar sempre alertas, evitando que as tragédias voltem a acontecer.

1. A Viagem de Chihiro

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A Viagem de Chihiro é, para mim, o mais completo filme Ghibli já feito. Não é um soco no estômago como Túmulo dos Vagalumes, nem um épico complexo como Princesa Monoke, nem esteticamente arrebatador como O Conto da Princesa Kaguya, mas é tudo isso ao mesmo tempo, como se fosse um desdobramento muito mais profundo do que Miyazaki havia semeado do seu estilo em Meu Amigo Totoro.

A maioria dos bons filmes tem múltiplas camadas e os Ghibli, em especial, fazem isso como se fosse algo fácil. A Viagem de Chihiro é o mais complexo de todos não por uma trama difícil de ser entendida, mas porque nos permite pensar em diversos níveis narrativos ao mesmo tempo, demonstrando uma riqueza interpretativa sem fim.

A criatividade de Miyazaki transborda em A Viagem de Chihiro na possibilidade de concepção de um mundo repleto de criaturas fantásticas nas mãos de uma equipe que há muito já havia provado que não tem preguiça para fazer arte.