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Das 33.840 crianças e adolescentes em abrigos no país, 5.059 estão aptos à adoção no Brasil

Diante da pandemia da Covid-19, Dia Nacional da Adoção têm ações adaptadas

Lives e tuitaços estão programados para acontecer em todo o país; em Betim, família precisa driblar a ansiedade para concluir o processo de adoção e Gabee busca voluntários

Celebrado nesta segunda-feira (25), o Dia Nacional da Adoção terá ações adaptadas ao novo cenário devido à pandemia do novo coronavírus (Covid-19).

Às 12h30, o Judiciário também realizará uma série de lives no Instagram, falando de importantes questões do processo de adoção no Brasil. A abertura é no perfil do CNJ sobre o Sistema Nacional de Adoção e Acolhimento (SNA). 

Ao final da transmissão, os interessados poderão ainda acompanhar conversas com conferencistas de tribunais de quase todo o país, sobre temas como entrega legal, adoção tardia, família acolhedora, varas de adoção, pretendentes e acolhimento.

A partir das 15h, acontecerá um tuitaço, organizado pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ), usando a hashtag #AdotarÉAmor que contará com a colaboração de todos os tribunais do país e a participação de muitas personalidades brasileiras, trazendo para as redes sociais a importância do processo de adoção e dos benefícios para toda a sociedade. 

Em Betim, na região metopolitana de BH, o Grupo de Apoio a Adoção de Crianças e Adolescentes em Betim (Gaabe), que é uma instituição filantrópica, sem fins lucrativos, estava organizando um seminário, com diversos cursos e palestras.

Porém, diante do isolamento social, todas as iniciativas do grupo precisarão ser suspensas. "Assim que o impacto inicial passou, percebemos que não podíamos ficar parados e o grupo passou a atuar nas plataformas digitais. Passamos a fazer nossos encontros com os pretendentes a adoção pelo Instagram e as reuniões de diretoria do grupo virtualmente. Estamos aproveitando o tempo de isolamento social para divulgar ainda mais a causa da adoção nas mídias e fazer cursos online com outros grupo de adoção em todo o Brasil", afirmou a integrante do grupo, Roseli Chaves.

Formado por mães e pais por adoção, o Gabee é filiado à  Associação Nacional de Grupos de Apoio a Adoção (Angaad), que conta mais de 180 grupos de apoio espalhados pelo Brasil.

De acordo com Roseli, neste momento, o Gaabe está cadastrando voluntários que queiram contribuir para a causa da adoção seja disponibilizando doando habilidades, tempo ou recursos financeiros. "Temos muito o que comemorar nessa data, a causa da adoção tem recebido muita visibilidade e muitos estão abraçando a causa das crianças e adolescentes em situação de acolhimento. Graças a atuação dos grupos de apoio podemos comemorar a alteração do perfil para a criança real e não para a idealizada, a busca ativa de pretendentes para crianças consideradas fora do perfil. Porém, nem tudo são flores. Percebemos que crianças maiores, grupos de irmãos e crianças com problemas de saúde ainda encontram dificuldades para serem adotados. A adoção ainda é vista de forma negativa e preconceituosa por muitos", lamentou.

Ansiedade e amor durante a espera
A pandemia não alterou apenas os eventos e iniciativas previstos para este mês. Casados há 28 anos, pais de três filhos, o casal betinense Laudicéia Carlos Pereira de Lima, 46 anos  e Carlos Alberto Pereira de Araújo, 51, já tinha iniciado o processo de adoção quando começou o isolamento social devido a propagação da Covid-19. "EM março fomos chamados pela assistente social da Vara da Infância, pois já tinha uma menina com o nosso perfil e o próximo passo seria a aproximação com a criança. Porém, infelizmente aconteceu a pandemia e todos ficamos de quarentena, com os trabalhos suspensos e abrigos fechados", contou a babá, Laudicéia.

Porém, no último dia 21, seguindo todas as medidas de prevenção como o uso de máscara e o respeito à distância mínima, a família teve a oportundiade de encontrar a menina em um ponto de apoio.  "Mesmo de máscara, sem pode ver o rostinho, nos apaixonamos por ela. Todos os dias fazemos chamada de vídeo na hora do almoço e também à noite. Estamos todos muito ansiosos, com um turbilhão de sentimentos com a espera da nossa filha. Achei que amor à primeira vista não ia acontecer mas da primeira vez que a vimos já nos apaixonamos", afirmou.

Conta não fecha

Segundo dados do Sistema Nacional de Adoção e Acolhimento, do CNJ, das 33.840 crianças e adolescentes em abrigos no país, 5.059 estão aptos à adoção, sendo que 2.726 já iniciaram o processo. 

Do outro lado, o cadastro tem 36.437 pessoas interessadas em adotar uma criança, mas, apesar disso, segundo o CNJ , 83% delas têm acima de 10 anos e apenas 2,7% dos pretendentes aceitam adotar acima dessa faixa etária.

(Com informações da Agência Brasil)