Passo a passo: Aprenda a fazer uma conta comercial do seu negócio na internet
by Raphaela RibasA empresária Sabrina Gallotti teve que mudar a estratégia da sua loja de roupas femininas, a Zenfit, após o fechamento das três unidades da qual ela é sócia com o pai e a irmã.
Sem um site para e-commerce, a saída foi investir nas redes sociais, contratar motoboys para a entrega e focar o discurso em venda de peças confortáveis e não apenas para malhar.
Para ganhar mais presença digital na empresa de confecção própria, ela recorreu à especialista em Instagram para negócios e marketing digital Priscilla Azevedo, que lhe ajudou a deixar a apresentação da página mais direta, organizar os destaques e a localização, além do link que direciona o cliente para o WhatsApp da empresa. "Esse link funciona bem, é mais prático. Também, interagimos muito no direct", conta Sabrina, referindo-se à área de mensagens do Instagram.
Assim como ela, a necessidade da digitalização do negócio, que antes era opcional, se tornou vital. Entretanto, uma das principais queixas dos pequenos e médios empresários é não saber como usar as redes sociais para, efetivamente, gerar negócio e atender os clientes. O que é um problema, visto que a internet se tornou a principal vitrine.
Uma pesquisa do Ibope Inteligência/Facebook IQ mostra que 37% dos brasileiros estão pesquisando mais produtos on-line e 28% estão fazendo mais compras via internet do que antes do coronavírus.
Das redes sociais mais conhecidas para negócios, o Instagram funciona como a principal ferramenta para divulgação hoje em dia e o WhatsApp como canal de vendas.
Para quem não sabe por onde começar ou como dar um gás na sua empresa no on-line, o primeiro passo é ter, em ambas as redes, uma conta comercial separada da pessoal, pois ela permite mais recursos e monitoramento da audiência. É também importante detalhar na biografia o que faz e qual solução oferece, assim como horários de funcionamento e entregas.
A especialista em mídias sociais Gabriela Pereira, que dá aulas de Instagram para negócios na ESPM, acrescenta que as fotos do Instagram precisam ser boas mas não profissionais, e esclarece a função de cada ferramenta: "As pessoas gostam do making off", constata Gabriela. "Por isso, nos stories indico contar os bastidores e publicar diariamente. Já o feed é como a vitrine da loja, então valem fotos mais trabalhadas e os posts podem ser de dois a três por semana".
Priscilla Azevedo orienta ainda a investir nos destaques, onde é possível segmentar os temas, e diz para fugir desses erros: postar de mais ou de menos, falar só do produto e serviço, não ter stories. "Tenha um diferencial, mostre os bastidores, observe as métricas. Seja frequente, consistente e coerente", aconselha.
Lojinha do Facebook
Ainda para impulsionar o comércio dos pequenos negócios em tempos de pandemia, o Facebook lançou nesta semana um serviço de vendas on-line gratuito. Nele, os empresários poderão criar suas lojas na plataforma e no Instagram e selecionar os produtos que desejam expor, e também customizar a aparência da página com a foto de capa e as cores da marca.
O Facebook Shops — ou Lojas do Facebook — está sendo testado no Brasil pelo Grupo Agilità, que possui diversas marcas de moda feminina.
Leister lembra, ainda, que a rede social oferece o Mobile Studio, que ensina, gratuitamente, quem tem conta comercial a fazer conteúdos e anúncios usando apenas o celular. "Para lojas no Instagram há a ferramenta 'shopping', na qual é possível marcar a peça. Quando o cliente clica, já tem preço, nome, cores disponíveis e é direcionada para compra por ali" explica Gabriela.
Momento de crise
Além da dificuldade em saber montar uma conta comercial na rede social, nesse momento de crise, o empresário ainda tem de lidar com a grande concorrência no espaço digital.
O CEO da rede de Marketing Digital Guia-se e coordenador do comitê de Microfranquias da Associação Brasileira de Franchising (ABF), José Rubens Oliva, acredita que a digitalização deve continuar após a pandemia e destaca que nesse caminho o que importa é a experiência dada ao cliente. "Com a crescente de profissionais se destacando na internet, propõe-se o marketing de experiência, partindo da apresentação do produto em si para dicas de uso, combinação, cores", diz Oliva. "A atitude é o que te impulsiona".
Iniciativa de utilidade pública liderada por Época Negócios, Extra, O Globo, PEGN e Valor Econômico, com apoio de Stone