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Foto: Paulo Jorge Magalhães / O MINHO

Ricardo Rio diz que feirantes do mercado de Braga lhe pediram para cancelar a feira. “Percebeu mal”, respondem

Abaixo-assinado com mil assinaturas

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Vários feirantes que operavam no exterior do mercado municipal contactaram o presidente da Câmara Ricardo Rio, pedindo-lhe, “taxativamente”, que o Município cancele administrativamente a feira, em vez de a mudar de local, para a alameda do Estádio, o que – frisou – “não deixa de ser estranho”, face às reivindicações do grupo.

O autarca garantiu a O MINHO a veracidade dos contactos, dizendo que, “muitos” dentre os cerca de 100 vendedores reconhecem que o local, as ruas exteriores ao mercado, não tem condições sanitárias para acolher a feira – cumprindo as regras da Direção-Geral de Saúde – e contactaram a Câmara nesse sentido: “Eles dizem: suspenda a feira até outubro mas não nos mande para o estádio”.

Rio não quer dar explicações para o facto, mas salienta que, se alguns não querem a feira ou ir para junto do estádio, “o Município tem obrigação de dar a oportunidade aos restantes de continuarem a trabalhar”.

Confrontado com esta possibilidade, Hélder Oliveira, porta-voz do grupo de vendedores, disse a O MINHO que o autarca “percebeu mal” o que lhe foi dito: “O que lhe pedimos é que, como nos recusámos a ir para o estádio, a Câmara dê garantias de que voltámos ao nosso local habitual, o exterior do mercado”.

Em sua opinião, o edil está a “distorcer o sentido do que lhe foi dito”.

Os feirantes que operavam no mercado municipal, e que recusam a decisão da Câmara de Braga de os colocar, ainda que provisoriamente, na Alameda do estádio municipal, entregam, segunda-feira, um abaixo-assinado com cerca de mil assinaturas recolhidas esta manhã na cidade. E voltam, no mesmo dia, ao protesto junto aos Paços do Concelho.

O porta-voz do grupo, Hélder Oliveira adiantou que o abaixo-assinado incorpora um documento no qual se sustenta que a mudança da feira, das ruas contíguas ao mercado para junto do estádio, não se vai concretizar, o que “prejudica não só os cem comerciantes, mas também a população de Braga”.

Nova reunião

“Vamos ter, também, uma reunião com a vereadora Olga Pereira, que tutela o setor, e que esperámos se traduza em avanços na questão”, adiantou.

Os vendedores defendem que se poderia alargar os espaços já delimitados a tinta nas zonas limítrofes ao mercado – que está em obras de requalificação – alargando-os a passeios vizinhos como os que vão dar ao gnration.

Os feirantes temem, também, que a mudança proposta pela Câmara se torne definitiva, ou seja, que não regressem para junto do mercado, onde feiravam às quintas e sábados.

A vereadora Olga Pereira tem dito que “o regresso está garantido”, afirmando que a saída se prende com questões de segurança sanitária: “As feiras ali não garantem nem a distância entre feirantes, nem entre estes e os clientes. E uma ambulância que precise de entrar no Lar Conde de Agrolongo não consegue passar”.