Neta do cineasta Roberto Farias lança álbum e lembra que avô queria que ela atuasse: ‘Ele dirigia os filmes do Roberto Carlos!’
by Carol MarquesAos 7 anos, Raquel Dimantas, num passeio com o pai, o diretor Mauro Farias, pediu a ele algo bem inusitado para uma criança na idade dela: aprender a tocar violino. A pequena mal conseguia carregar o instrumento, mas levou a sério o então hobby. Foram dez anos estudando e se apresentando em poaralelo com os trabalhos multimídia e artes visuais. Hoje, aos 26, a moça prepara seu primeiro álbum e espera lançálo em breve, mesmo diante da pandemia.
“Tenho feito tudo de forma virtual, mandando arquivos pelo celular para serem mixados, conversando com meus parceiros pela tela do computador, compondo. Acho que é uma fase que vai inspirar coisas novas também. Sem dúvida será um registro de tudo isso que estamos vivendo”, conta ela.
Chamada de “anjo” pela madrasta Heloísa Périssé, por conta da voz suave e calma como canta, Raquel vê o lado positivo do siolamento e da quarentena por causa do coronavírus. “De fato o audiovisual explodiu. E a gente sabe como a cultura é desvalorizada no nosso país e de como num momento como este, em que é preciso estar em casa, o quanto é muito necessário. Na angústia, as pessoas ouvem música, veem séries, filmes, vão atrás de coisas que organizem, que acalmem”, pondera.
Raquel tem enfrentado os dias de solitude produzindo de tudo um pouco. Moça moderna com alma de mulher de época, ela costura, faz colagens, escreve, corta o próprio cabelo e descobriu que também sabe cozinhar. “Nunca foi algo que fiz muito na vida, mas descobri algumas coisas boas nisso também”, brinca ela, que em seu primeiro trabalho solo (ela já tocou com várias bandas e participou de muitos discos como instrumnentista), tem recorrido à paixão pela estética japonesa: “Sempre gostei. Meus amigos dizem que sou um anime”.
Neta e filha de diretores, roteiristas e fazedores de arte em geral, não seria difícil imaginar Raquel nadando nessa corrente. Ela já se arriscou na atuação (”só para brincar”), modelou, cria coleções (ela tem uma marca a XTudo), mas o lado musical fala mais alto: “ Eu trabalho com música e figurino, e cenário, e essa coisa toda, e meu avô (o cineasta Roberto Farias) queria que eu fosse atriz. Quando ele estava vivo, eu pedia a ele para gravar um clipe para mim, e ele dizia que não sabia fazer clipe. E ele fez todos os filmes do Roberto Carlos! Por isso que tudo se mistura. Quero que esse álbum migre para as artes visuais, na foirma de clipe, e narrativas. Eu faço música imaginando muito a imagem que ela vai ter. Atuar pode ser que aconteça enquanto estou fazendo todo o resto”.