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Felipe Camargo tem nas brincadeiras com o cachorro um dos passatempos nessa quarentena Foto: divulgação

No ar em 'Novo Mundo', Felipe Camargo sonha com guinada na vida como aconteceu com seu personagem

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‘Tempo, tempo, mano velho falta um tanto ainda eu sei /pra você correr macio”. Os primeiros versos de “Sobre o tempo”, da banda Pato Fu, poderia embalar a quarentena de Felipe Camargo. Em casa por conta da Covid-19, o ator, que vive José Bonifácio na reprise de “Novo Mundo”, diz estar “trabalhando muito a espera”.

— Não tem muito o que fazer. Estamos lidando com essa coisa de não poder sair de casa. Há dias que acordo bem entediado. Mexo um pouquinho com fotografia, vejo séries, estou lendo um livro de contos do Rubem Fonseca... Fora as coisas de casa: cozinhar, que gosto de fazer, não como obrigação, e lavar louça. A expectativa é terminar logo esse confinamento, mas acho difícil. Ainda mais com o presidente jogando na contramão de uma doença séria, que afeta o mundo todo — diz o ator, de 59 anos.

Assistir a “Novo Mundo” nesses tempos bicudos, segundo Felipe, tem sido um alento.

— Foi uma excelente notícia (a reprise)! A novela é linda e o personagem foi muito especial para mim. José Bonifácio foi o patriarca da Independência junto com a imperatriz Leopoldina e o próprio Dom Pedro I. Quando achou que já tinha feito tudo em sua trajetória, pegou o papel mais importante da sua vida, que foi o caminho para a Independência do Brasil — elogia o artista, que almeja uma guinada dessas: — Já perto dos 60 anos, quero que aconteça algo na minha vida que dê uma virada completa. Estou ansioso para estar no mercado quando tudo voltar.

Dentre as lembranças boas da época, Felipe cita as cenas de almoços e jantares, com bastante gente à mesa, como as mais difíceis de se prender o riso (“A gente fazia uma força danada para não dar gargalhadas”), e enaltece a parceria com Letícia Colin, a Leopoldina, por quem, na trama, José Bonifácio se apaixona:

— Já conhecia Letícia, porque estivemos juntos no filme “Ponte aérea”, em que eu fazia o patrão dela em uma agência de publicidade. Na novela, foi incrível a gente trabalhar junto diariamente. Além de ter sido um prazer conhecer Caio Castro (Dom Pedro I). A gente tem um grupo no WhatsApp e se fala até hoje. Com a edição especial da novela, esse grupo ganhou fôlego novo.

Apesar de empolgado com a reexibição da trama, Felipe só lamenta que muito de errado daquele tempo ainda perdure:

— A novela é muito atual, infelizmente. A gente teve uma colonização invasiva. O Brasil não se curou disso até hoje. A questão burocrática, os políticos... Tanto que ninguém liga para o dia da Independência. Nos Estados Unidos, essa é a data mais importante do calendário do país. No nosso é réveillon, carnaval... É uma questão de mentalidade mesmo. Tomara que o Brasil mude, mas do jeito que está agora acho difícil. Você vê um presidente que só pensa nos interesses próprios e não está cuidando da população no meio da pandemia. É muito triste isso!