Cartas ao director

Bárbara Reis, “as linhas vermelhas” e André Ventura

A ex-directora do PÚBLICO, Bárbara Reis - senhora por quem nutro simpatia pessoal –, escreveu um artigo neste jornal (22 de Maio), tentando indagar ou perscrutar quais seriam as verdadeiras causas do despedimento do deputado André Ventura como comentador da CMTV. O curioso é que se pode deduzir que Bárbara Reis não acha muito piada ao tablóide Correio da Manhã e até admite que as pessoas podem chalacear quando o próprio jornal afirma que tem ética e que os seus princípios e valores são iguais aos do New YorkTimes. Bom, o que se sabe é que o tablóide é profuso nas notícias de crimes de “faca e alguidar” e, provavelmente, muitos dos seus leitores até se revêem em Ventura e subscrevem algumas das suas polémicas afirmações. Pode-se não gostar do seu estilo ou até podemos repudiar algumas das suas afirmações mais polémicas, mas André pode e deve expressar o que a sua consciência e o seu pensamento ditam – depois arca com a responsabilidade do que afirmou. A não ser assim, estaremos a ser censores. Deste modo, terá todo o sentido o que, presumivelmente, afirmou Claude Adrien Helvétius: I desaprove of what you say, but I will defend to the death your right to say it”.

António Cândido Miguéis, Vila Real    

Depois da pandemia

Costuma dizer-se: “Deus criou o mundo, o resto é feito na China”. Trata-se de um paradoxo que o novo coronavírus veio recordar e acentuar. Quase todos os produtos são importados da China com o selo made in China: os países ocidentais fizeram a deslocação das empresas para a China. Como esta tem ao seu serviço milhões de “escravos” a quem paga miseravelmente, consegue produzir os produtos a um custo muito mais baixo, obtendo avultados lucros.

Por outro lado, os países ocidentais deixaram partir para China 80% da produção mundial de moléculas, por isso, há quem proponha para a Europa uma espécie de “Airbus” da química e do medicamento, porque a China não é de fiar e há quem creia que esta pandemia terá sido criada nos seus laboratórios. Os resultados desastrosos estão à vista de todos e a Europa e os restantes países afectados por este vírus têm de rever a sua dependência da China.

Artur Gonçalves, Sintra

Nem fazem nem largam a moita

Não deverão residir na Sobreda os que se insurgiram e revoltaram contra a decisão da autarquia de demolir um velho edifício em ruínas há já algumas décadas (PÚBLICO de Maio). Para quem regressa a casa e faz o trajecto pelo Alto do Índio é obrigado a suportar diariamente longas filas no cruzamento com a estrada nacional junto ao restaurante Texugo. Resido há 22 anos na Sobreda e já quando aqui cheguei o dito edifício estava a ruir. 

Ninguém, durante décadas se preocupou em restaurar o que o tempo foi destruindo. Agora, que a autarquia decidiu melhorar as condições de circulação automóvel naquele local, aqui d'El Rei que vão destruir o património local! Desconheço se a decisão foi da União de Freguesias se da câmara. Como sobredense adoptado, só posso estar grato e saudar a decisão que apenas peca por tardia.

Helder Pancadas, Sobreda