Incêndios: Helicóptero previsto para Cernache “desviado” para a Lousã
O maior risco de incêndio do interior do distrito de Coimbra e a falta de um dos meios aéreos previstos para o dispositivo distrital de combate a incêndios levou ao reposicionando o helicóptero ligeiro de Cernache para a Lousã, disse hoje ao Notícias de Coimbra o Comandante Operacional Distrital de Operações de Socorro de Coimbra.
Para “proteger todo o distrito deslocámos o helicóptero para Lousã por razões estratégicas para salvaguardar o centro e interior do distrito que tem maior risco incêndio” disse o responsável distrital, afirmando que o que está em “Pombal um helicóptero chega ao litoral do distrito de Coimbra, disse Carlos Luís Tavares.
“O interior do distrito tem maior risco que o litoral daí ter-se reposicionado o helicóptero e trata-se de uma situação provisória” disse ao NDC, esclarecendo que no inicio do mês estiveram na Lousã cinco helicópteros em treinos.
O meio aéreo da Lousã “ainda não chegou por causa de problemas com o concurso”, confirma o comando distrital, que na apresentação dos meios do Dispositivo Especial de Combate a Incêndios Rurais a 15 de maio revelou que o distrito terá três helicópteros, um em “Cernache, um na Lousã – que “devia estar ao serviço desde 15 maio” – e um na Pampilhosa da Serra a partir de 1 junho. Estes meios fazem parte do ispositivo inicial de ataque e serão complementados no combate ampliado com os dois aviões anfibios.
Devido à falta de sete helicópteros ligeiros no dispositivo nacional de combate a incêndios, a Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC) procedeu a um reajustamento do dispositivo de ataque inicial, reposicionando o helicóptero ligeiro de Cernache para a Lousã e o helicóptero ligeiro de Santa Comba Dão para Vale de Cambra.
A Força Aérea precisa que estão pendentes sete helicópteros ligeiros devido “a uma providência cautelar, com efeitos suspensivos imediatos, interposta por um dos concorrentes” durante o processo de aprovisionamento, publicou a Agência Lusa que hoje questionou aquela força.
A Força Aérea acrescenta que solicitou o levantamento do efeito suspensivo e aguarda decisão do Tribunal Administrativo e Fiscal de Loulé
O esclarecimento da Força Aérea e da Proteção Civil surge após o PSD ter questionado o Governo sobre a falta de 11 meios aéreos de combate a incêndios, o que está a deixar alguns distritos, como por exemplo Braga, Portalegre, Setúbal e Beja, sem qualquer meio.
O Dispositivo Especial de Combate a Incêndios Rurais (DECIR) tem disponíveis 30 meios aéreos face aos 37 previstos para esta altura do ano, estando em falta sete helicópteros ligeiros, avançou hoje à Lusa a Força Aérea.
Fonte da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC) avançou também à Lusa que os dois aviões de avaliação e reconhecimento que estavam em falta no DECIR até ao dia de hoje já foram rececionados e vão ser colocados na terça-feira nas bases de meios aéreos para que na quarta-feira entrem na operação de combate aos fogos.
A Diretiva Operacional Nacional (DON), que estabelece o dispositivo especial de combate a incêndios rurais (DECIR) para este ano, prevê para o período de 15 a 31 de maio (fase de nível II) 37 meios aéreos, mas até hoje só estiveram disponíveis 28, faltando nove.
Durante esta última quinzena estão ainda disponíveis 8.402 operacionais que integram as 1.945 equipas e 1.968 viaturas dos vários agentes presentes no terreno.
Os meios de combate a incêndios voltam a ser reforçados em 01 de junho, mas é entre julho e setembro, conhecida pela fase mais crítica, o período que mobiliza o maior dispositivo, estando este ano ao dispor de 11.825 operacionais, 2.746 equipas, 2.654 veículos e 60 meios aéreos.
Os meios são este ano reforçados em 3% face a 2019, nomeadamente com mais guardas florestais e sapadores florestais, e o dispositivo aéreo é contratado para quatro anos.