Coronavírus: OMS suspende testes com cloroquina e hidroxicloroquina

Devido a estudo recentes que mostram que o uso da cloroquina e da hidroxicloroquina não possuem eficácia no tratamento do novo coronavírus, além de causar riscos de ataques cardíacos e efeitos colaterais, a Organização Mundial da Saúde (OMS) suspendeu temporariamente os testes que são realizados em caráter mundial com as duas drogas.

A decisão da organização, que se refere aos ensaios Solidariedade – iniciativa internacional com 100 países coordenada pela OMS para buscar tratamentos contra a doença –, foi anunciada pelo diretor-geral da entidade, Tedros Adhanom Ghebreyesus, nesta segunda feira, 25 de maio, devido ao estudo publicado pela revista científica The Lancet. De acordo com a publicação, o estudo feito com mais de 96 mil pessoas apontou que não houve eficácia dos dois medicamentos contra a COVID-19.

"Os autores reportaram que, entre pacientes com Covid-19 usando a droga, sozinha ou com um macrolídeo [classe de antibióticos da qual a azitromicina faz parte], estimaram uma maior taxa de mortalidade", afirmou Tedros.

A OMS informou que os dez países que compõem o quadro executivo do Solidariedade vão analisar os dados já disponíveis globalmente sobre a cloroquina e a hidroxicloroquina, que são usadas para tratar a malária e outras doenças autoimunes.

"Eu quero reiterar que essas drogas são aceitas como geralmente seguras para uso em pacientes com doenças autoimunes ou malária", destacou Tedros.

De acordo com a organização, no dia 21 de abril havia cem países participando dos testes e que nesta segunda feira, 25 de maio, 35 países do grupo estavam recrutando pessoas em mais de 400 hospitais para realizar os estudos. Além disso, 3,5 mil pacientes de 17 países já fazem parte dos testes das medicações.

No Brasil, os testes com a cloroquina e hidroxicloroquina foram indicados para pacientes com sintomas leves da doença ou em quadro inicial da COVID-19. Vale ressaltar que a prescrição das substâncias causou desentendimentos entre os ex-ministros da saúde Luiz Henrique Mandetta e Nelson Teich com o presidente Jair Bolsonaro. Ambos pediram demissão do cargo, este último antes de completar um mês no cargo.