Decisão

Backer: Polícia Civil estende investigações a possíveis intoxicações em 2018

Até o momento 34 casos estão sendo apurados pelo inquérito, sendo seis possíveis mortes pela síndrome

by
https://www.otempo.com.br/image/contentid/policy:1.2283024:1578699912/05.JPG?f=3x2&w=1280&$p$f$w=c4b2f2c
Foto: Instagram @cervejariabacker
https://www.otempo.com.br/image/contentid/policy:1.2297971:1581712173/WhatsApp%20Image%202020-02-14%20at%2017.24.38.jpeg?f=3x2&w=1280&$p$f$w=bed145f
Foto: Bruno Menezes / O Tempo

A Polícia Civil estendeu as investigações dos casos de síndrome nefroneural oriundos de suposta intoxicação por ingestão de cervejas da marca Backer, para casos suspeitos registrados desde 2018.

A informação foi confirmada na tarde dessa sexta-feira (14) pelo delegado da Polícia Civil que investiga o caso, Flávio Grossi.

Até então, a investigação apurava casos registrados até outubro de 2019. Até o momento 34 casos estão sendo apurados pelo inquérito, sendo seis possíveis mortes pela síndrome.

“Um dos elementos foi o surgimento de pessoas que registraram no presente, acontecimentos similares no passado. Ou seja, elas apresentavam sintomas, histórico de consumo de cerveja em 2018 e datas anteriores de consumo a outubro de 2019, somados a outros elementos investigativos, nos fez avisar aos órgãos sanitários para que eles tomassem as providências cabíveis de análise dessas vítimas e aí sim a inclusão no inquérito policial”, explicou Grossi.

De acordo o delegado, como cada caso registrado entre 2018 e outubro de 2019 ainda passarão por análise do sistema dos órgãos sanitários, ainda não é possível precisar quantas vítimas vão ser incluídas no inquérito. Apesar disso, a polícia já sabe que em todos os casos, as vítimas ingeriram cervejas da Backer. 

“O que a gente pode afirmar é que existiram vítimas que, inicialmente, se apresentaram com os mesmos sintomas que estão hoje dentro daquela janela delimitada de outubro até dezembro”, pontuou Flávio Grossi. 

Em relação as hipóteses sobre a forma de contaminação das cervejas, o delegado afirmou que as investigações estão em cursos, sem prazo para conclusão, devido a complexidade do caso. “Nós estamos investigando em todas as linhas. O momento de fechar hipóteses é um momento de final de inquérito. Como dito, é um inquérito complexo e a gente não pode descartar nada”, disse Grossi. 

Exames no IML

Nessa semana, familiares de vítimas de suposta intoxicação por cervejas da marca Backer denunciaram a falta de reagentes no Instituto Médico Legal (IML) de Belo Horizonte, o que estaria atrasando os resultados de exames sanguíneos para detectar monoetilenoglicol e dietilenoglicol no sangue das vítimas. De acordo com o superintendente de Perícia Técnica e Científica da Polícia Civil, Thalles Bittencourt, a falta dos reagentes se deu porque a contaminação dietilenoglicol e monoetilenoglicol são casos raros no mundo. 

“Então os laboratórios não tem isso em estoque. Não é esperado que tenha. Com a força tarefa nós conseguimos primeiro o reagente do dietilenoglicol e agora conseguimos do monoetilenoglicol. Então é dentro de um tempo lógico, dentro do serviço público, de aquisição e recebimento pelo fornecedor de reagente”, explicou Thalles Bittencourt. 

Até o momento, quatro exames foram realizados no IML, sendo um de uma vítima que morreu e três de vítimas que estão internadas. Em todos os exames foi encontrada a presença de dietilenoglicol. Como somente essa semana o IML conseguiu adquirir o reagente que aponta a presença de monoetilenoglicol no sangue, as amostras que já possuem resultados para dietilenoglicol passarão por novos exames. 

“Nós estamos agora validando a metodologia para monoetilenoglicol, para a próxima semana, e acredito que em até 15 dias tenhamos novos resultados tanto nos lotes de cerveja, quanto para os exames de sangue para os pacientes”, explicou Bittencourt.

Link para o áudio