Raios laser podem resultar em nova forma de computação, diz estudo
Experimento usou gel especial para manipular múltiplos raios de luz e provocar a interação entre eles
by Victor PinheiroUm experimento da Universidade de McMaster em parceria com a Harvard gerou uma nova plataforma em que feixes de luz podem compartilhar informações por meio de um material sólido. O resultado pode ser o primeiro passo para o desenvolvimento de uma nova forma de computação.
O estudo só foi possível graças a um hidrogel desenvolvido por pesquisadores de Harvard a partir de manipulação de luzes e técnicas de medição.
Kalaichelvi Saravanamuttu, professora de química associada da McMaster, explica que o material possui moléculas responsivas que se organizam conforme a exposição à luz. Esse fator atribui características especiais ao gel, que permitem o composto represar raios e transmitir informações entre eles.
Segundo os autores, quando múltiplos lasers são projetados no recipiente, cada feixe afeta a intensidade dos demais. Isso acontece mesmo em situações em que não existe a sobreposição entre os campos ópticos.
As interações entre os raios de luz podem ser interrompidas, iniciadas, manipuladas e interpretadas, o que poderia formar um ‘high-speed output’ - um sistema de informação que pode ser integrado a um circuito de um computador, por exemplo.
Embora o conceito mais amplo de computação com luz seja um campo separado, a nova tecnologia pode trazer resultados promissores. “No longo prazo, nós podemos imaginar o uso dessa tecnologia para o design de operações de computadores”, diz Saravanamuttu.
Já o estudante da Universidade de Harvard, Amos Meeks, diz que os estudos contribuem para o desenvolvimento de computadores com equipamentos totalmente apoiados na interação entre feixes de luz.
“Atualmente, a computação usa materiais duros, como fios de metal, semicondutores e fotodiodos para acoplar eletrônicos à luz. [..] A ideia por trás da computação óptica é remover esses componentes rígidos e controlar a luz com a luz.”, diz Meeks, que também é coautor do projeto.
Fonte: Scitechdaily