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‘Rocket’ e Kyren passeiam ante Selby e Neil para ‘meias’ em Gales

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Os ingleses Ronnie O’Sullivan, de 44 anos, quinto do ‘ranking e pentacampeão mundial (2001, 2004, 2008, 2012 e 2013) e Kyren Wilson, de 28 anos, oitavo da hierarquia, vão defrontar-se sábado (13 horas) nas meias-finais do Open de Gales, prova da época 2019/2020 do World Snooker Tour a decorrer em Cardiff até domingo, dia 16 do corrente mês, após terem vencido, na tarde desta sexta-feira, os dois primeiros jogos dos quartos de final do torneio, ante Mark Selby (5-1) e Neil Robertson (5-0), respetivamente… e com estrondo.

No duelo com Selby, Ronnie embalou após primeiro parcial equilibrado para deixar o compatriota 40 minutos sem embolsar uma bola que fosse: entradas de 142 pontos (a 1043.ª centenária da carreira), 95 pontos e 85 pontos, respetivamente, fizeram o ‘Rocket’ voar na mesa para o inapelável 4-0 ao intervalo, com 94 por cento de êxito a embolsar… para 56 por cento do rival: tudo dito.

O jogo poderia ter terminado logo após o reatamento, mas a resiliência de Selby valeu-lhe um ponto no marcador e quase reduzia para 2-4, com uma branca a entrar num buraco a ser fatal para o inglês de 36 anos, quarto da hierarquia e tricampeão mundial (2014, 2016 e 2017).

Ao nível a que habituou nos últimos 28 anos, Ronnie teve fases de magia no pano verde e conseguiu o primeiro de três objetivos em Cardiff: chegando às meias-finais, alcança também o ‘top 16’ a um ano (ultrapassou Gary Wilson) e, para já, garantiu um lugar no Players Championship.

Para melhor se perceber o Ronnie concentrado, determinado e pragmático de Gales, é forçoso refirir que há mais duas metas a que quer deitar a mão, no verdadeiro ‘três em um’ a que se propôs de mangas arregaçadas em Cardiff: chegar a recorde absoluto dos 37 títulos em provas de  (‘ranking’ e deixar a companhia do Stephen Hendry (somam 36, cada um) e, após quatro triunfos em edições da prova, igualar John Higgins como mais ganhador no Welsh Open, com cinco vitórias: o escocês levantou ali o ‘caneco’ em 2000, 2010, 2011, 2015 e 2018 - e perdeu as finais de 1995 e de 1998…-, Ronnie imitou-o em 2004, 2005, 2014 e 2016 (e perdeu a final de 2008).

O’Sullivan está a duas vitórias, ‘meias’ e final, deste mega e verdadeiro… jackpot. Para já, Kyren Wilson pela frente, compatriota com o qual, em cinco jogos até à data, perdeu um e ganhou quatro.

A prestação de Ronnie impressionou até… Neil Robertson: o australiano, de 38 anos, número dois da hierarquia (e campeão mundial em 2019), que esperava o final do encontro para, na mesma mesa, em seguida defrontar Kyren Wilson, usou o Twitter para, com humor, tirar o chapéu à prestação imaculada do seu grande amigo.

«Olá Ronnie. Estou a tentar saborear um ‘brunch’ e um ‘latte’ descansado, com tempo, em família mas assim não dá. Acalma-te, abranda lá o ritmo para me dar tempo a preparar-me», escreveu Neil, que, horas depois, nem sonhava ver-se batido ainda por uma margem maior, depois da forma fenomenal que tem exibido durante a temporada em curso.

Ainda os fãs e a Motorpoint Arena não tinham digerido o vendaval do duelo de um Ronnie inspirado ante um Selby quase irreconhecível, e era a vez de o australiano, que procurava terceiro título e quarta final de rajada em quatro semanas esta época – venceu European Masters e World Grand Prix, perdeu a final do German Masters para Judd Trump -, e que defendia o título conquistado no Welsh Open em 2019, se ver na mesma situação: a exaustão de tanta competição e o acerto de um Kyren Wilson brilhante resultaram num 0-5 no no qual poucos apostariam e a garantir desde já pelo menos um inglês na final de domingo.

Wilson, ‘The Warior’ (‘o guerreiro’) arrebatou primeiro parcial equilibrado, e com entrada de 79 pontos, avançou para 2-0. Sem que Robertson acertasse com os buracos do meio – falhou algumas bolas comprometedoras – e disfarçasse ansiedade e cansaço extremo (e natural), chegou o 3-0 e novo ‘break’ de 67 pontos para o 4-0 para o inglês ao intervalo, a que nova entrada ganhadora, de 63 pontos, após o recomeço, selou o maior desequilíbrio possível nos números finais do duelo.

Os protagonistas da segunda meia-final, a jogar na sessão noturna de sábado (19 horas) serão conhecidos na noite desta sexta-feira, com o escocês John Higgins, de 44 anos, sexto da hierarquia e tetracampeão mundial (1998, 2007, 2009 e 2011), e à procura de sexto título na prova, a enfrentar o adolescente (19 anos) chinês Yan Bingtao, 20.º da tabela.

Mas a concentrar atenções gerais da noite está o duelo de onde sairá terceiro inglês para as meias-finais, na mesa ao lado, entre o campeão do Mundo (2019) e número um, Judd Trump, de 30 anos, e o décimo da tabela (e campeão mundial em 2005), Shaun Murphy, de 37 anos.

Ambos os duelos por cumprir esta sexta-feira, relativos aos quartos de final, serão ainda jogados à melhor de nove ‘frames – até um vencer cinco, de 5-0 a possíveis 5-4. As meias-finais, sábado, já serão disputadas à melhor de 11 possíveis parciais: segue para a final o primeiro a chegar a seis (de 6-0 a possíveis 6-5)

Em jogo no Welsh Open, torneio pontuável para o ‘ranking’ e da época 2019/2020 do World Snooker Tour – quarta prova das Home Nations Series, transmitida para Portugal (EuroSport) - estão £70 mil (€83.801) para o campeão e total de £405 mil (€484.848) de prémios.

Quartos de final, esta 6.ª feira (apurados a negro):

Mark Selby-Ronnie O’Sullivan, 1-5

Neil Robertson-Kyren Wilson, 0-5

Yan Bingtao-John Higgins (19 horas)

Shaun Murphy-Judd Trump (19 horas)

Meias-finais, sábado:

Kyren Wilson-Ronnie O’Sullivan (13 horas)

Yan Bintao/John Higgins-Shaun Murphy/Judd Trump (19 horas)