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Adriano Nóbrega era acusado de chefiar milícia no Rio de JaneiroImagem: Reprodução

Veja: jornalistas são detidos em apuração sobre morte de Adriano; BA nega

A revista Veja noticiou que dois jornalistas do veículo foram detidos pela polícia militar da Bahia, na manhã de hoje, enquanto tentavam entrevistar uma testemunha-chave da morte do ex-PM Adriano da Nóbrega. A Secretaria de Segurança Pública do estado nega a prisão e diz ter abordado e liberado os profissionais quando se identificaram como imprensa. O governo da Bahia nega ter tentado impedir o trabalho dos repórteres. A direção da revista diz estudar medidas cabíveis sobre o caso.

De acordo com a publicação, o repórter Hugo Marques e o repórter fotográfico Cristiano Mariz tentavam falar com o fazendeiro Leandro Abreu Guimarães quando foram abordados pelos agentes.

Os policiais teriam ordenado que os dois saíssem do carro, abrissem as pernas e colocassem as mãos atrás da cabeça mesmo após terem se identificado como jornalistas e apresentado as credenciais de imprensa. O gravador de um dos profissionais foi apreendido, segundo a revista, e eles teriam sido questionados sobre como conseguiram o endereço do fazendeiro.

Depois da abordagem, teriam sido orientados a seguir os agentes até a delegacia de Pojuca. No local, após serem interrogados por 20 minutos, ainda de acordo com a publicação, os jornalistas foram liberados e o gravador, devolvido. À revista, um agente que se identificou como Sérgio Pinheiro afirmou se tratar de uma medida de segurança, já que os repórteres estavam parados em frente à residência de uma testemunha.

Guimarães deu abrigo ao ex-PM no município de Esplanada e teria sido uma das últimas pessoas a ver Adriano com vida.

Governo nega intenção de impedir trabalho

A SSP, por meio de nota, afirmou ter recebido uma ligação que alertava sobre homens rondando a área, o que teria demandado o envio de uma viatura até o local. O órgão nega ter apreendido o gravador do repórter.

"A Secretaria da Segurança Pública esclarece que moradores de uma localidade em Pojuca, Litoral Norte da Bahia, ligaram para polícia informando que homens, dentro de um carro, Gol, placa de Belo Horizonte, estavam rondando a região. A PM foi acionada, abordou o grupo e fez a condução até a Delegacia Territorial. Após se identificarem como jornalistas, foram liberados. Nenhum equipamento foi danificado, alterado ou ficou apreendido", diz a íntegra do texto.

Já o governo do estado da Bahia, também por meio de nota, afirmou que os jornalistas não foram detidos e que a defesa da liberdade de imprensa é "inviolável".

"A Secretaria de Comunicação Social do Estado da Bahia (Secom) esclarece que a ação da Polícia Militar (PMBA) envolvendo repórteres da revista Veja, nesta sexta-feira (14), não teve a intenção de impedir o livre exercício da profissão jornalística.

Vale ressaltar que os jornalistas não foram detidos. A defesa incansável da liberdade de imprensa é prerrogativa inviolável e nossa prática diária."

Veja fala em "postura autoritária" da PM

Por meio de nota, a direção da revista Veja lamenta o ocorrido e diz que não se intimidará com "medidas arbitrárias"

"A direção da revista lamenta a postura autoritária da Polícia Militar da Bahia, que deteve na manhã desta sexta, 14, o repórter Hugo Marques e o repórter fotográfico Cristiano Mariz. Os dois profissionais de VEJA estavam apurando informações relacionadas ao caso da morte do ex-capitão Adriano da Nóbrega quando foram detidos por dois agentes e levados na sequência ao distrito policial de Pojuca, de onde acabaram sendo liberados após vinte minutos. A direção da Editora Abril estuda as medidas cabíveis contra essa atitude de tentar constranger e limitar o trabalho da livre imprensa. A direção da redação de VEJA, por sua vez, como sempre fez ao longo de seus mais de cinquenta anos de história, não vai se intimidar com ameaças e medidas arbitrárias - e seguirá firme no seu compromisso de busca da verdade, doa a quem doer."

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