FLAGRA: NOVO RENAULT LOGAN SERÁ MAIOR E VAI TER MOTOR TURBO PARA ROUBAR MERCADO DO ONIX PLUS E VIRTUS
Terceira geração do sedã romeno chegará ao Brasil até 2021
by JULIO CABRALO novo Renault Logan vai seguir o caminho do novo Nissan Versa: o modelo ficará maior e mais refinado para enfrentar rivais ditos compactos premium. Flagrado na Lapônia, norte da Europa, o sedã roda com carroceria final. O lançamento comercial por lá será até o segundo semestre, com chances de revelação no Salão de Genebra, no próximo mês. E os carros vão chegar no Brasil até 2021, confirmam fornecedores.
A terceira geração do Renault Sandero e Logan vai fugir da polêmica dos seus antecessores. Quando foram lançados, em 2013, os modelos foram considerados facelifts profundos. Afinal, apenas 70% das peças teriam mudado e a estrutura manteve até mesmo o recorte das portas.
Agora, a plataforma B0 antiga será deixada de lado e os compactos passarão a utilizar a CMF-B, modular e mais moderna. Será o fim da antiga polêmica. A nova arquitetura aposta em aços de ultra alta resistência para ampliar a segurança e também aprimorar a dinâmica. Mais rígido, o monobloco vai permitir que a suspensão fique mais confortável, uma vez que o esforço de segurar o carro nas trajetórias será melhor dividido.
As coberturas não conseguem esconder alguns detalhes. Entre eles as peças totalmente novas de estamparia. Os faróis são de LEDs e o capô, envolvente. Os para-lamas ressaltados foram mantidos como uma marca de identidade visual. Mas as laterais ganharam detalhamento maior em pontos como os vincos laterais e a linha dos vidros ascendente.
Por sua vez, a traseira aposta em lanternas horizontais, também de LEDs. O jogo de luzes é semelhante ao do Clio e não se estende tanto pela tampa quanto as lanternas do Sandero reestilizado do Brasil, diferente do europeu.
Embora utilizem a mesma plataforma do novo Clio europeu, o Sandero e Logan são feitos sobre uma versão simplificada desta arquitetura.
Ambos vão crescer ainda mais. O entre-eixos, de 2,59 metros, ficará próximo dos 2,65 m oferecidos por compactos como o Virtus. Ou seja, o Sandero e Logan serão médios-compactos e continuarão a ser referência em espaço para pessoas e bagagem. O hatch terá porta-malas superior a 300 litros e o sedã deverá passar dos 500 l.
A despeito da simplificação em relação ao primo rico da Renault, o nível de tecnologia será elevado. Até porque a marca espera que os carros tenham desempenho melhor do que o do novo Duster nos testes de impacto do Euro NCAP. O SUV foi outro que manteve a datada plataforma do seu antecessor. São aguardados sensor de ponto-cego, frenagem automática e airbags laterais e do tipo cortina.
Adotados na última reforma do Sandero, os motores 1.0 e 1.6 SCe dão conta do recado e devem ser mantidos. Porém, com a chegada de tantos motores turbo, a Renault poderia desenvolver o 1.3 TCe (turbo com injeção direta flex) em uma faixa de potência e torque diferentes das aplicações do Captur reestilizado e o novo Duster. Achamos pouco provável, contudo.
Além do 1.3 TCe turbo, há outra opção à mão: o novo 1.0 TCe. Já lançado na Europa, o três cilindros gera 100 cv e substituiu o antigo 0.9 SCe. O torque de 16,3 kgfm está na mesma faixa do oferecido por rivais como o Onix e o HB20, somente o Virtus é bem mais forte (128 cv e 20,4 kgfm). O câmbio de variação contínua pode continuar a ser a única opção de transmissão automática.
Será uma mudança profunda de carro de custo-benefício puro para compacto premium. A manutenção do Sandero e do Logan atuais seria condicionada ao mercado. Caso ambos ainda sejam procurados por frotistas e eventuais consumidores, talvez eles durem mais um pouco. Contudo, a Renault não precisa de carros de entrada novos, é só ver o Kwid.