Ancestral 'fantasma' do ser humano é descoberto na África
Uma misteriosa "população fantasma" de antigas criaturas que viveram há meio milhão de anos pode ter convivido e procriado com os primeiros humanos que viveram na África Ocidental, dizem cientistas.
Pesquisadores apontam que o DNA desse grupo representa entre 2% e 19% da ancestralidade genética dos africanos ocidentais modernos.
Os autores do estudo publicado na revista Science Advances nesta semana acreditam que o cruzamento entre espécies ocorreu cerca de 43 mil anos atrás.
Os cientistas encontraram ligações com os povos mende, de Serra Leoa, iorubá e esan, na Nigéria, além de outros grupos nas áreas ocidentais de Gâmbia.
CRUZAMENTO ENTRE ESPÉCIES
A pesquisa diz que os ancestrais dos africanos ocidentais modernos cruzaram com uma espécie de humano arcaico ainda não descoberta, semelhante à forma como os europeus antigos acasalaram com os neandertais e as populações oceânicas, com os hominídeos de Denisova.
Centenas de milhares de anos atrás, havia vários grupos diferentes de humanos, incluindo humanos modernos, neandertais e hominídeos de Denisova. Ao se encontrarem uns com os outros, eles podem ter acasalado.
NOVAS DESCOBERTAS
Os pesquisadores da UCLA disseram que "embora vários estudos tenham revelado contribuições de linhagens profundas para a ancestralidade dos africanos atuais, a natureza dessas contribuições permanece pouco compreendida", porque os registros fósseis na África são escassos, o que torna mais difícil obter amostras de obter DNA antigo.
No entanto, Sriram Sankararaman, biólogo computacional que liderou a pesquisa na Universidade da Califórnia em Los Angeles, nos Estados Unidos, disse ao programa Newsday, da BBC, acreditar que mais grupos desse tipo serão encontrados no futuro, o que nos ajudará a entender melhor como o ser humano se desenvolveu.
"À medida que obtivermos mais dados de diversas populações –e dados de melhor qualidade– , nossa capacidade de filtrar esses dados e identificar essas populações fantasmas vai melhorar", afirmou Sankararaman.
BBC News Brasil