Surf Clube de Viana limpou praia do Cabedelo
E reflorestou mata no Alvão
O Surf Clube de Viana (SCV) levou a cabo duas iniciativas ligadas à sustentabilidade ambiental: a “Limpeza da praia do Cabedelo”, em Viana do Castelo, no dia 8 de fevereiro, e a “Plantação de árvores de espécies nativas”, na Serra de Alvão, em Vila Pouca de Aguiar, a 17 de janeiro passado, foi hoje anunciado.
A limpeza de praia, com o lema “Small acts add up! Let’s get Stoked”, foi organizada por Viktor Drewes e por Chiara Russotto, voluntários europeus no SCV ao abrigo do projeto Europe Surfing Solidarity, do European Solidarity Corps.
Em comunicado, o SCV designa como factor motivador as “preocupações ambientais, aliadas à constatação da grande quantidade de plásticos e de outro lixo resultantes da ação humana na praia do Cabedelo e do seu hábito de recolha desses resíduos”.
Conseguiram “chamar para esta causa” 20 pessoas “muito ativas”. Esta limpeza, apesar de ter a duração de apenas uma hora, traduziu-se na recolha de vários sacos de lixo, sendo que o plástico foi o que teve maior expressão.
“Atingimos os nossos objetivos, que passavam por recolher o lixo e, sobretudo, por consciencializar e envolver mais pessoas, principalmente, exteriores ao clube”, explica Chiara Russotto.
O clube dá conta de mais duas datas para repetir esta atividade: 07 de março e 12 de abril: “A intenção é consciencializar através de pequenos atos, é criar uma rede. Por isso, esperamos ter cada vez mais pessoas, especialmente crianças, envolvidas nestas ações”.
Carvalho alvarinho, plátano bastardo e medronheiro
A outra ação ambiental, em parceria com a Associação Plantar uma Árvore, passou pela plantação de 162 árvores num espaço inserido na Rede Natura 2000. Nesta atividade, além de Chiara e Viktor, participaram outros voluntários europeus, ao abrigo do projeto “Volunteer Escapes – Volunteer”.
Carvalho alvarinho, plátano bastardo e medronheiro foram as espécies plantadas em maior número, vinte e cinco cada. Seguiram-se o carvalho negral e o azevinho, vinte cada, e dezassete castanheiros. As aveleiras e as macieiras bravas foram quinze de cada espécie.
Para Gil Matos, coordenador executivo desta associação, a iniciativa pretende “valorizar o património natural, reduzir danos ambientais, gerar e recuperar espaços naturais, promover a biodiversidade e restabelecer funções ecológicas”.
“A restituição da floresta nativa fomenta, transversalmente e de forma ativa, a sustentabilidade e a consciência ecológicas, a cidadania participativa e a responsabilidade social e ambiental”, explica, acrescentando que “a restituição das florestas, a promoção da biodiversidade e a diversificação dos habitats permitem ainda fortalecer os ecossistemas e a sua resiliência às alterações climáticas e reduzir o risco de incêndio.”
Vânia Cruz, coordenadora no SCV do Voluntariado Europeu, considera que “estas iniciativas assumem grande importância, pois concretizam os objetivos de reflexão nas temáticas europeias como a da sustentabilidade ambiental e o papel individual, no presente e futuro da Europa, que nos propusemos neste projeto”.
“Com a criação e coordenação da limpeza de praia, tanto a Chiara como o Viktor conseguiram desenvolver a sua criatividade, adquirir novas competências ambientais, pessoais, sociais e culturais, com reflexos práticos na sua vida ativa. A ação na Serra do Alvão possibilitou ainda a interculturalidade e a criação de redes de contactos para a continuidade de uma cidadania ativa e solidariedade europeias”, disse.
Recorde-se que o 1.º Campeonato Europeu de Surf Adaptado, realizado pelo SCV em maio de 2019, foi o primeiro evento europeu de surf certificado em sustentabilidade pela Sustainable Tourism & Outdoors Kit for Evaluation (STOKE).