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Foto: Sábado

Zona euro: afinal as nuvens não se foram embora

Economia terminou o ano passado a crescer ao ritmo mais baixo desde o fim da crise da dívida, em 2013. Portugal escapou, por agora, ao abrandamento.

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A economia da zona euro terminou 2019 a perder gás, registando o valor trimestral mais baixo em quase sete anos, revelou o Eurostat esta sexta-feira. Os números reacendem os receios de uma maior degradação dos principais mercados exportadores de Portugal.

O bloco da moeda única cresceu 0,1% no quarto trimestre face aos três meses anteriores e 0,9% face ao mesmo período do ano passado. A Alemanha, a maior economia da região, escapou por pouco de uma contração trimestral do Produto Interno Bruto (PIB), mas o valor de 0% não chega para dissipar os receios de que em 2020 caia em recessão.

Já França (-0,1%) e Itália (-0,3%) – a segunda e a terceira maior economia do euro, respetivamente – terminaram o ano a contrair, juntamente com a Finlândia. Nos países do leste da Europa, que não usam o euro e têm na Alemanha o seu principal parceiro comercial, os valores são ainda positivos mas a tendência de desaceleração é evidente. A Polónia, por exemplo, começou o ano a crescer a um ritmo trimestral de 1,4% e terminou a subir 0,2%.

Os receios sobre a capacidade de crescimento da zona euro estão a ser ampliados pelo impacto económico da epidemia do coronavírus, cuja contenção está ainda por conseguir. Os analistas da Bloomberg estimam que se a epidemia tiver o seu pico no primeiro trimestre do ano, o impacto pode ser curto e recuperável – entre 0,1% e 0,2% do PIB – mas a incerteza predomina.

Para a pequena economia aberta portuguesa a evolução exterior é determinante. Por agora, os números parecem indicar que Portugal está a resistir: a economia cresceu 0,6% no quarto trimestre face ao anterior e 2,2% face ao mesmo trimestre em 2018. Ao todo, a economia de Portugal terá crescido 2% no ano passado, uma décima acima do previsto pelo Governo. O valor está quatro décimas abaixo do ritmo de 2018, o que o Instituto Nacional de Estatística explica com um contributo menor do consumo privado.

Nos últimos anos, o crescimento económico europeu tem sido muito moderado, mesmo com a ajuda de uma política monetária historicamente expansionista, reflectida nas taxas de juro nulas ou negativas.