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Foto: REUTERS/Stringer

O novo bem valioso em Hong Kong? Papel higiénico

A epidemia do coronavírus está a tornar mais difícil encontrar bens básicos, que passaram a ser uma oferta valiosa de alguns empregadores.

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Joel Werner tentou durante dias com a sua família encontrar papel higiénico na cidade de Hong Kong, afectada pela epidemia do coronavírus que tem o seu foco na China. Como não conseguiu comprou o equvalente a 216 rolos de papel na Amazon, pagando 200 dólares só em portes de envio. Werner gere um fundo de investimento baseado em Hong Kong e vai oferecer metade a amigos e colegas de trabalho. 

"É um presente melhor do que vinho nesta altura", afirma à agência Bloomberg. As pessoas têm comprado grandes quantidades de produtos básicos de higiene pessoal – papel higiénico, toalhetes, fraldas, desinfectante para as mães e sobretudo máscaras – levando por vezes a rupturas no stocks em cidades asiáticas ricas como Hong Kong e Singapura.  

Em Singapura, o gigante de trading de produtos financeiros IG começou a distribuir pacotes aos trabalhadores com máscaras faciais, termómetros e líquido antiséptico. Quando o nível de alerta na cidade-estado subiu para laranja, a IG alargou a partir de hoje distribuição a todos os clientes. "Começou por ser uma precaução para amigos e família e depois outros começaram a perguntar onde podiam arranjar máscarsa e outras coisas", contou um responsável da IG à Bloomberg.  

Vender o inventário na rua
A contenção da epidemia está a deixar vários negócios sem clientes – e a levar os proprietários a medidas extraordinárias para limitar ao máximo as perdas. Em Pequim, a Reuters conta que os donos dos restaurantes estão a vender a desconto o stock de alimentos que já não vão preparar para os clientes que deixaram de aparecer. 

Wang Chuanchao tinha comprado 40 mil euros em ingredientes antecipando casa cheia durante as festividades do Ano Novo chinês. Confrontado com o pagamento de renda e salários decidiu vender tudo na rua. "Temos de nos ajudar a nós próprios porque não podemos contar com outra coisa", afirmou à Reuters ao lado da sua banca de vegetais na rua.  

Na China a epidemia já matou 1.380 pessoas, entre mais de 65 mil infectados.