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O delegado Guilherme Catão, do Departamento de Investigação de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP).Foto: João Lêus / Divulgação

Grupo é preso após matar jovem que pegou drogas para revender e não pagou em BH

Vítima foi penalizada por dever R$ 370 a traficantes do bairro Dom Bosco

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Quatro pessoas, dois homens de 21 e 29 anos, e duas mulheres de 37 e 22 anos foram presas, nesta sexta-feira (14), pela Polícia Civil durante cumprimento de mandados de prisão nos bairros Dom Bosco e Pindorama, na região Noroeste de Belo Horizonte.

O grupo é investigado por participação em um homicídio em janeiro deste ano. A vítima, que tinha 25 anos, devia R$ 370 a traficantes por pegar drogas para revender e não pagar. No mundo do crime, a expressão é conhecida como "derrame".

"O crime aconteceu na noite do dia 15 de janeiro quando a vítima foi retirada do local em que dormia, no bairro Dom Bosco, e foi esfaqueada até um beco, momento em que ela não conseguiu mais reagir e caiu. A vítima foi encaminhada para o Hospital Odilon Behrens, onde morreu no dia 21 de janeiro. Durante o socorro, ele conseguiu falar o tipo de roupa que os agressores usavam", explicou o delegado Guilherme Catão, do Departamento de Investigação de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP).

Segundo o delegado, ao todo, sete pessoas são investigadas: dois adolescentes, duas mulheres e três homens maiores de idade. Os homens, incluindo os garotos, seriam os responsáveis pelas agressões. Já as mulheres teriam ficado na porta da kitnet instigando o ataque.

"Existe uma expressão no tráfico de drogas que é chamada 'derrame', quando um traficante pega a droga de uma boca de fumo, revende, mas não repasse o dinheiro de volta. E foi isso que a vítima fez. Provavelmente começou a consumir a droga que ela deveria vender e ficou com uma dívida de R$ 370", detalhou o policial.

Os adolescentes que participaram do crime ainda não foram apreendidos. Já um maior está foragido. Entre os presos está o homem que seria o chefe do bando e teria dado a última facada na vítima. As prisões dos suspeitos são temporárias de 30 dias.

"Os presos de hoje, a princípio, negam o crime, mas temos muitos elementos que levam à participação deles, como prova testemunhal, vídeos e as roupas usadas no dia do crime. Acredito que eles vão acabar confessando porque a Polícia Civil tem provas sólidas. E, geralmente, as pessoas confessam em casos assim até mesmo para conseguir uma redução de pena", finalizou o delegado. 

O grupo vai responder por associação criminosa e homicídio qualificado por motivo torpe e uso de recurso que dificultou ou impossibilitou a defesa da vítima.