Nova fábrica de motores da FCA em Betim entrará em operação neste ano

Marca confirma seis lançamentos para 2020, mas está preocupada com alta do dólar no país

Líder no Brasil com 18,8% do mercado em 2019, a Fiat-Chrysler (FCA) segue os planos de investimentos no país. Em entrevista coletiva nesta sexta-feira (14), o presidente da FCA Latam, Antonio Filosa, confirmou que a montadora fará seis lançamentos em 2020.

Além da nova picape Fiat Strada, que deve chegar às lojas em abril, a FCA pretende importar três veículos inéditos no Brasil. As versões híbridas do Jeep Compass e do Jeep Renegade, além do Fiat 500 elétrico e da picape RAM 1500 e um novo modelo Jeep, de sete lugares. Todas essas novidades devem pintar no segundo semestre.

Nova fábrica

Filosa antecipou também que a nova fábrica de motores 1.0 e 1.3 turbo, no Polo Automotivo de Betim, na região metropolitana de BH, entrará em funcionamento ainda neste ano.

“Teremos dois grandes momentos da FCA em Betim neste ano. O primeiro será o lançamento da nova geração da picape Strada no segundo trimestre, que é líder de mercado há mais de dez anos. A segunda grande empolgação para Betim é a nova fábrica de motores turbo, que começa a produzir no fim deste ano”, afirmou.

A maior da América Latina

A nova instalação vai gerar 1.200 novos empregos no Polo Automotivo de Betim, que passará a ser a maior fábrica de powertrain da América Latina e uma das cinco maiores do mundo.

“Vamos produzir entre motores e transmissões, pouco mais de 1 milhão de unidades por ano. Das quais 300 mil serão exportadas e o resto para o mercado local. Fechamos um 2019 bem positivo e entramos em um ano que será muito melhor”, acredita Filosa.

Dois novos SUVs em Betim

Após a abertura da nova fábrica de motores turbo no fim de 2020, para o ano que vem a planta em Betim irá começar a produzir outros dois utilitários-esportivos inéditos da Fiat, com lançamento previstos para o fim de 2021 e início de 2022, respectivamente.

A nova linha de motores turbinados deve estrear na nova geração da picape Toro, que deve chegar ao mercado no primeiro semestre de 2021.

Alta do dólar preocupa

Apesar do evidente otimismo da FCA, a atual alta histórica do dólar no Brasil e do preço de alguns commodities preocupam o presidente da montadora. Segundo Filosa, na fábrica de Betim, 90% das peças utilizadas nos carros são feitas no Brasil, no entanto, muitos dos fornecedores da marca compram materiais dolarizados. 

“Além do dólar alto, o preço de alguns commodities, sobretudo metais preciosos, está nas alturas hoje, e isso é um grande problema porque foge do nosso controle."

"Se é só um surto, se o dólar oscila e volta ao patamar de antes, a gente faz um sacrifício e consegue manter os preços dos modelos para não perder volume. Do contrário, não tem como segurar”, justifica o executivo.

Fusão com a PSA

Sobre a anunciada fusão da Fiat-Chrysler com o grupo PSA (Peugeot-Citroën), Antonio Filosa explica que nada muda em 2020.

“Até o fim deste ano, as duas empresas seguem completamente separadas como são hoje. Só no começo de 2021, quando a fusão será carimbada de fato, é que podemos falar sobre reorganização e gestão futura”, pontuou. 

Segundo ele, o  aporte de R$ 14 bilhões anunciado pela matriz da montadora para a FCA Latam até 2024, destes sendo R$ 8,5 bilhões para a planta em Betim, segue inalterado podendo ser até elevado após a união com o grupo francês.“Com a fusão, seguramente surgirão outras oportunidades de investimentos”, garantiu Filosa.