Governo venezuelano admitiu hoje que “seria um suicídio” um eventual confronto militar com os EUA

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O Governo venezuelano admitiu hoje que “seria um suicídio” um eventual confronto militar com os EUA, mas Caracas exige que Washington respeite a Venezuela.

“Seria uma loucura, seria um suicídio, pretender, pelo menos, um confronto com uma potência dessas características”, disse aos jornalistas o dirigente do Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV, o partido do Governo) e Protetor do Estado venezuelano de Táchira, 850 quilómetros a sudoeste de Caracas.

Freddy Bernal falava em Táchira, onde dirigiu um movimento de tropas até à fronteira colombo-venezuelana, no âmbito dos preparativos para os exercícios militares “Escudo Bolivariano” anunciados pelo Presidente Nicolás Maduro para os dias 15 e 16 de fevereiro.

“Respeitamos o Governo dos Estados Unidos. É uma potência muito poderosa, com muita força militar. Nós não pretendemos nunca falar de violência”, frisou.

No movimento, além das tropas militares, participaram também centenas de milicianos civis armados e viaturas das Forças Armadas da Venezuela, carregadas com mísseis.

Freddy Bernal, um ex-polícia e antigo comissário-geral do Serviço Bolivariano de Inteligência (SEBIN, serviços de informação) e fundador do Movimento Policial pela Dignidade foi nomeado pelo Governo venezuelano como Protetor do Estado de Táchira.

O Presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, ordenou, quarta-feira, a realização de uma série de exercícios militares, nos dias 15 e 16 de fevereiro, com o código “Escudo Bolivariano”.

“Nós, que amamos a Venezuela, avancemos. Não percamos um único dia. É tempo de avançar no nível institucional, político, popular e militar. Ofensiva, avançada e batalha permanente!”, disse.

Segundo Nicolás Maduro, o propósito dos exercícios é pôr em prática a nova Lei Constitucional das Forças Armadas Venezuelanas, nos aspetos organizativo, territorial e operacional.

O anúncio dos exercícios militares teve lugar um dia depois de o presidente do parlamento da Venezuela, o opositor Juan Guaidó ter regressado a Caracas, proveniente de uma deslocação iniciada em 19 de janeiro na Colômbia, visitou Reino Unido, Suíça, Espanha, Canadá, França e Estados Unidos, para manter encontros com diferentes governantes, incluindo com o Presidente norte-americano Donald Trump.

A crise venezuelana agravou-se desde janeiro de 2019, quando Guaidó se autoproclamou Presidente interino da Venezuela para convocar um governo de transição e eleições livres no país.

Os EUA foram o primeiro de mais de 50 países a apoiar Juan Guaidó, tal como Portugal, uma posição tomada no âmbito da UE.