Em protesto contra Polanski, diretoria do Cesar se demite

PARIS, 14 FEV (ANSA) - Faltando 15 dias para o Cesar, considerado o "Oscar francês", a diretoria do prêmio decidiu renunciar às suas funções, em protesto ao recorde de nomeações do diretor Roman Polanski, acusado de crimes sexuais. Na noite de ontem (13), a direção do Cesar informou que apresentaria uma "demissão coletiva". "Para honrar os protagonistas de 2019 do cinema, para encontrar a serenidade e fazer com que a festa continue sendo uma festa, o conselho de administração da Associação para a Promoção do Cinema tomou a decisão unânime de apresentar sua renúncia", disse uma nota da Academia, liderada desde 2003 pelo produtor Alain Terzian. O filme "Um oficial e um espião", de Polanski, lidera as indicações para o Cesar deste ano - são 12, ao todo -. Grupos feministas haviam criticado as indicações e pediram um boicote ao filme. Várias outras personalidades da indústria cinematográfica, como Omar Sy, Bertrand Tavernier, Michel Hazanavicius, Jacques Audiard e Agnès Jaoui , denunciaram a "opacidade" da Academia, em uma carta aberta de repúdio publicada no início da semana pelo jornal "Le Monde". No documento, eles exigiam uma reforma da Academia do Cesar. Polanski lançou seu novo filme na França no ano passado, logo após uma atriz local acusá-lo de estupro. De acordo com a denúncia, o crime teria ocorrido em 1975, quando a suposta vítima tinha 18 anos, em Gstaad, na Suíça. Polanski, com 86 anos atualmente, nega a acusação. O diretor, porém, declarou-se culpado em 1977, nos Estados Unidos, por ter feito sexo com uma criança de 13 anos. Ele foi detido pelo caso, mas saiu da prisão após pagamento de fiança.   


Em 1978, quando outro juiz sinalizou que poderia investigar melhor o episódio, Polanski fugiu para a Europa. A 45ª cerimônia do César Awards, apresentada pela Académie des Arts et Techniques du Cinéma, ocorrerá em 28 de fevereiro de 2020, no Salle Pleyel, em Paris. (ANSA) Veja mais notícias, fotos e vídeos em www.ansabrasil.com.br.