Temas nacionais nas eleições municipais

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MODISMO - “Ser de esquerda é muito fácil. Basta dizer “sou de esquerda” e acabou. Você vira vagamente intelectual, vagamente sensível, vagamente descolado, solidário. Mas se você diz “não sou de esquerda” em que se explicar para o resto da vida: ‘não sou de esquerda, mas não sou homofóbico, não sou de esquerda mas não sou racista’. Essa ideia de que você tem um lado da rua onde está a bondade e outro não, a história já massacrou isso de um jeito, velho. Você precisa ser muito analfabeto, alienado, muito marciano para não ver os estragos que a utopia e projetos ditos coletivistas fizeram com a humanidade. Então rapa fora enquanto é tempo”. Do ator ‘casseta’ Manoel Cláudio.

‘CAFÉ AMIGO’ - com o prefeito Ivan da Cruz Pereira (Xixi) (DEM) de Paraíso das Águas ainda comemorando a premiação pelo Ministério da Saúde junto com apenas 14 cidades de todo o país, entre elas Brusque (SC), Campos de Jordão (SP) e Carlos Barbosa (RS) por suas ações de combate e preventivas contra epidemias em geral. Nos contatos junto a população do município senti a satisfação da comunidade no trato da saúde pela prefeitura que garante assistência médica 24 horas no pronto socorro com serviços de ultrassom e raio-X digital. Em Paraíso o prefeito consegue a proeza de ser unanimidade pela sua postura ágil e competente. Aliás, as pesquisas mostram isso.

AVALIAÇÕES - A ministra Tereza Cristina da Agricultura, segundo confissão de Bolsonaro ao prefeito Ivan, é o nome preferido dele presidente para ser candidata a vice em 2022. Para o prefeito, o ministro Mandeta da Saúde hoje em alta - poderá ser o nome do partido para a sucessão estadual. Na audiência com o presidente Bolsonaro o prefeito ficou impressionado com a intimidade dele em relação a realidade social e econômica do nosso Estado, ao quadro político e seus personagens inclusive. Avalia o prefeito Xixi: “um presidente bem informado de tudo sobre o MS”.

MAU SINAL - Nem começou o jogo e o ex-governador Puccinelli (MDB) já levou cartão amarelo com declaração inoportuna e arrogante, apesar de desempenho fraco nas pesquisas, das prisões e dos escândalos pipocando na justiça. Acostumado a condição de ‘pole position’ e bajulado nos círculos políticos, está revoltado com a nova situação que ele próprio provocou. No saguão da Assembleia Legislativa o assunto esteve na pauta do observadores de plantão com um dúvida unânime: até onde a participação de Puccinelli na campanha do ‘candidato’ Marcio Fernandes garantiria o êxito da mesma?

O PRÓXIMO? - A morte do jornalista Leo Veras na região da Fronteira lembra bem o último dia de vida de Santiago, o personagem do livro ‘Crônica de uma morte anunciada’ do escritor colombiano Gabriel Garcia Marques. Sobre mais essa barbárie do narcotráfico os deputados Lídio Lopes (Patriotas) e Evander Vendramini (PP) e Lucas Lima (Solidariedade) fizeram ao colunista uma análise do clima tenso que paira entre os profissionais de comunicação na fronteira – com uma indagação pertinente: ‘quem será o próximo’? Leo Veras não encerrará a triste lista de assassinatos. No jornalismo da fronteira até os cronistas sociais correm risco de vida.

DILEMA - Como montar um projeto eleitoral sem gastar muito para se eleger vereador numa cidade de 5 a 7 mil habitantes? Nesta semana conversei com um ex-candidato a vereança numa cidade deste porte que desabafou? “Tá difícil! Você vai numa igreja e antes de falar com o chefe (pastor) você tem que acertar o diácono para conseguir um espaço paralelo. O pior; em todas as famílias numerosas há vários candidatos; um cenário muito diferente de antes. Guardar dinheiro para comprar voto na véspera nem sempre funciona. Ouvi pacientemente e conclui: ‘trabalhar ninguém quer’.

LÍNGUAS AFIADAS - Para esse ex-candidato o salário (sem os penduricalhos) acaba atrapalhando o discurso, pois reina na opinião pública uma ideia de que os pretendentes visariam apenas as vantagens financeiras. A situação chegou a ponto de que eventuais promessas – com declarações firmadas em cartório inclusive abrindo mão dos salários em prol de entidades – não dobram o ceticismo do eleitorado. Numa cidade pequena a população fica de olho no padrão de vida dos políticos, fazendo a comparação com a época anterior a conquista do mandato. Nada passa despercebido. Olhar com lupa!

NOVO CENÁRIO - Teremos 35 partidos políticos. Nos municípios com até 100 mil eleitores cada um deles poderá lançar até duas vezes o total de cadeiras na Câmara. Nos municípios com mais de 100 mil eleitores - o número de candidatos não poderá ser superior a uma vez e meia do total de cadeiras legislativas. Assim aumentará o número de candidatos dos partidos nanicos; explico os motivos: antes os nanicos ficavam de fora da disputa por não atingir o quociente eleitoral e agora passarão a disputar as ‘sobras’ das cadeiras não distribuídas pelo Quociente Partidário.

E MAIS... Outro fator é o aumento da direita no país desde 2018 - que provocará a ideologização das campanhas - tornando o embate municipal num espelho do quadro nacional, com o debate sobre valores e costumes inclusive. . Até aqui as campanhas municipais eram divorciadas politicamente do cenário federal, com os candidatos impondo o caráter da pessoalidade, independentemente de partido ou grupo alinhado. A tendência é que temas nacionais façam parte da campanha, com a exploração dos casos de corrupção e as consequências danosas as cidades interioranas inclusive; a situação do hospital; a escola inacabada, a viatura policial , a rodovia ruim na lista dos ‘lembretes’.

RETROVISOR - Na política nacional a direita extremada cresceu, mas no interior centro-direita e a direita moderada historicamente são superiores à esquerda. Aliás, o perfil dos prefeitos prova isso: empresários, agricultores, comerciantes, curso superior completo e quase sempre contrários a política da esquerda. Em 2016, foram 3.699 prefeitos eleitos (66% das cidades) pertencentes aos maiores partidos (MDB,PP, PSDB, PR, DEM, PSD e PTB). A tendência é de crescimento das siglas alinhadas ao projeto do Planalto, como aconteceu antes no Governo de Fernando Henrique (PSDB) e dos petistas Lula e Dilma Roussef.

ENFIM... a nacionalização do debate eleitoral também será caracterizada ainda pela maior participação dos militares e de gente ligada a segurança, a exemplo das eleições de 2018. A tendência é que tenhamos também nas câmaras municipais um contingente maior destes personagens alinhados a política mais a direita e com forte tendência na defesa dos valores morais e da família tradicional. Isso dependerá também da avaliação do Governo Bolsonaro no decorrer deste período e da postura (hoje encolhida) da forças da esquerda em dificuldades para juntar a militância, bem menor do que era antes.

POLARIZAÇÃO - Ela não terminou após as eleições de 2018; muito pelo contrário - ganhou contornos de radicalização dos posicionamentos políticos-ideológicos com ingredientes ligados a religião, artes, cultura e sexualidade nas redes sociais com direito inclusive ao fenômeno do ‘fake news’. Todo fato noticiado é explorado politicamente. Dois casos atuais: a nomeação da atriz Regina Duarte para a Secretaria da Cultura e a indicação do documentário ‘Democracia em Vertigem’ da diretora Petra Costa para concorrer a premiação do Oscar 2020. É o olhar político do cidadão internauta.

MILONGUEIRO? - Papa Francisco desagradando o decrescente ‘rebanho católico brasileiro’ cada vez mais ausente da igreja. Sua posição mais à esquerda em questões emblemáticas é visível; desastroso no episódio das queimadas na Amazônia a exemplo de suas opiniões em questões sociais e políticas. Soou mal sua posição contrária a participação de homens e mulheres nos atos da Igreja na Amazônia. O Papa argentino que vendia a imagem de renovação passará a história como o Papa igual ao antecessor alemão. Quanto ao encontro com o ex-presidente Lula só agradou ao PT e Cia.

DUAS PONTAS - Na primeira delas o Governo Bolsonaro vai bem com medidas de ordem econômicas que vão mostrando recuperação – ainda que lentamente. Também não tem havido casos escabrosos de corrupção como ocorreu nas administrações anteriores. Na segunda, representada pela comunicação com a sociedade, há muito a aprender e melhorar. O Governo consegue se desgastar em agendas sem importância e que ganharam destaque na mídia exatamente pela falta de habilidade no seu trato. Bolsonaro precisa falar menos, a exemplo de alguns ministros e auxiliares. Com isso fornece combustível à oposição tratada com carinho pela grande mídia. Amadorismo!

PRAZOS ELEITORAIS - Detentores de mandatos eletivos que vão disputar a reeleição poderão trocar de partido ( janela eleitoral) entre 5 de março a 3 de abril. Vence no dia 4 de abril o prazo para aqueles sem partido e que pretendam se candidatar. Dia 4 de agosto é o último dia para registro das candidaturas. Será mais curto o período da propaganda eleitoral no rádio e televisão: de 28 de agosto a 1 de outubro. Até o dia 3 de outubro (véspera das eleições) poderão ser realizadas caminhadas, passeatas e carreatas. Já as convenções partidárias poderão ser efetivadas entre 20 de julho a 5 de agosto. Dia 1 de outubro é a última data para os debates no rádio e televisão.

CUIDADO! - Os pré-candidatos que se cuidem para não ‘dançarem’ antes do ‘baile’. Não pode fazer pedido explícito de votos e utilizar outdoor, mesmo sem texto de teor eleitoral. Proibido usar meios de publicidade vedados no período eleitoral, como distribuir camisetas, bonés e brindes. A justiça eleitoral estará de olho nos gastos excessivos e na utilização de meios vedados. Neste caso ele poderá ser penalizado por abuso de poder econômico que resulta em cassação do registro, diploma, mandato ou inegibilidade por 8 anos. ( Caso da senadora (Selma-PSC) de MT). Lembro; os suplentes destes candidatos – se eleitos – poderão recorrer a justiça contra eles tomando-lhes a vaga. Vale tudo por um mandado. Se vale!

NA INTERNET - “O desfile das escolas de samba no Rio custa R$70 milhões para a prefeitura. O enredo é fácil de entender, difícil de engolir. Quem vende os espaços é a Liesa (Liga das escolas); quem vende o patrocínio comercializando várias cotas milionárias é a Rede Globo. O carnaval do Rio precisa viver De recursos privados ,não da prefeitura que tem 100 mil aposentados, 100 mil funcionários pra pagar e 650 mil crianças nas escolas pra cuidar – a maioria atendida pelo Bolsa Família. O carnaval é bom pra cidade, mas ele deve ser pago pelos recursos privados e não da prefeitura.”

 

RÁPIDAS LEGISLATIVAS

Deputado Antônio Vaz (Republicanos): Pediu mais recursos ao Hospital Municipal de Naviraí; requereu a criação da comissão para defesa das crianças e juventude; presidiu audiência pública ( dia 13) sobre saúde através do programa ‘Previne Brasil’.

Lucas de Lima (Solidariedade): Ligado as questões do meio ambiente e proteção dos animais. Presidente da Comissão do Meio Ambiente quer a preservação da mata do P. dos Poderes; trata de incentivos ao uso do GNV como combustível junto a MS Gás.

Deputado José C. Barbosa (Democratas): Contra a reelicitação das obras da BR 163 pedida pela CCR MS Via; pede a disponibilização de recipientes com gel em locais públicos para evitar a propagação do vírus do H1N1 e de outras epidemias.

Deputado Lídio Lopes (Patriotas) Visitou 7 cidades do Cone Sul e entregou aparelho de ultrassonografia para a Casa da Gestante de Eldorado. Com 40 vereadores, prefeitos, vice prefeitos o deputado promete surpreender nestas eleições. Uma força interiorana.

Deputado Marçal Filho (PSDB) Quer medidas para coibir posturas lesivas aos idosos na contratação de empréstimos; alertou sobre a previsão dos casos de câncer no MS em 2020; fez reflexão na tribuna sobre o valor do planejamento na administração pública.

Deputado Capitão Contar (PSL) Contra o desmate de vegetação nativa no Parque dos Poderes; pede transparência no Fundersul; flexibilização na cobrança do ICMS antecipado; insistindo no combate eficaz ao mosquito da dengue em todo o Estado.

Deputado Neno Razuk (PTB) Comemora abertura da licitação pela Agesul do projeto de engenharia para duplicação da rodovia156 e construção de passarela no entorno de Dourados ); eleito vice líder do bloco partidário denominado G11. Tem bom trânsito.

Deputado Jerson Claro (PP) Eleito líder do Governo na Assembleia; foi à MS Gás junto com o deputado Lucas Lima para tratar da política de incentivo ao uso do GNV; está atento a política de industrialização do Estado sem descuidar do meio ambiente.

Londres Machado (PSD) Por unanimidade eleito líder do bloco denominado G 11 com a função de decidir por posições na apreciação de matérias diversas que exijam bom trânsito junto a colegas e a outros poderes e experiência no trato com a coisa pública.

Marcio Fernandes (MDB) Apesar da escolha para disputar a prefeitura da capital não descuida de seus projetos e no contato com lideranças em seu gabinete. O início da colheita de soja e Rota Bioceânica monitoradas pelo parlamentar ligado ao meio rural.

Evander Vendramini (PP) Requereu a criação de salas de descanso aos médicos, enfermeiros e auxiliares nos hospitais; Viu atendido seu pedido para asfaltamento do trecho ( 12 kms) de acesso a Porto Esperança, uma velha aspiração da comunidade.

José Teixeira (DEM) Focado em ações voltadas ao meio rural e nos desafios das cidades interioranas principalmente. Pediu empenho da bancada federal na solução de problemas de Caarapó, com quem o parlamentar mantém laços fortes de relação.

Deputado João Catan (PL) Arquivado por 9 votos a 2 seu polêmico projeto de 2019 permitindo a doação de sangue por homossexuais. Matéria de competência exclusiva federal (Ministério da Saúde), segundo relatoria do deputado José Carlos Barbosa. 

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