STJ nega liberdade à pecuarista alvo de operação contra "doleiro dos doleiros"

Ele foi inserido no núcleo político da operação Patrón, realizada em 19 de novembro pela Polícia Federal

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Viatura da Polícia Federal em frente à mansão da família Mota, em Ponta Porã, no dia 19 de novembro. (Foto: Direto das Ruas)

O STJ (Superior Tribunal de Justiça) negou liberdade para o pecuarista Antonio Joaquim da Mota, preso em 19 de novembro do ano passado, em Ponta Porã, durante a operação Patrón, fase da Lava Jato.

A defesa pediu a revogação ou substituição da prisão preventiva. Na última quarta-feira (dia 12), o ministro Rogério Schietti Cruz indeferiu a liminar no pedido de habeas corpus e solicitou informações à 7ª Vara Federal Criminal do Rio de Janeiro sobre o atual estágio da investigação.

O ministro destacou que se trata de apuração de graves delitos de evasão de divisas, organização criminosa e lavagem de dinheiro. Conforme a decisão, "os investigados estavam supostamente auxiliando Dario [Messer], independente da sua situação de foragido da justiça brasileira", adotaram cuidados para não chamarem a atenção das autoridades, mas não hesitaram em manter negócios com o doleiro.

Inserido no núcleo político da operação Patrón, etapa da Lava Jato com alvos em Mato Grosso do Sul, o pecuarista ofertou mais do que abrigo a Dario Messer, o “doleiro dos doleiros”, que estava foragido.

De acordo com a denúncia do MPF (Ministério Público Federal), Antonio, apelidado de Tonho, confessou que ocultou 232 mil dólares a pedido de Messer. O compromisso era de repassar valores para a então noiva do doleiro.

A família Mota é dona de empresas no Paraguai, com imóveis em Ponta Porã e Pedro Juan Caballero, cidades na fronteira entre Mato Grosso do Sul e Paraguai. No curso das investigações, fotografias e acesos à rede wi-fi, de maio a setembro de 2018, mostram que a família abrigou Messer em Pedro Juan. O doleiro ficou foragido entre maio de 2018 e julho de 2019.

Ao todo, o MPF denunciou 19 pessoas, divididos em três núcleos: financeiro, operacional e político. Neste último, segundo a procuradoria “estão aqueles que detém poder ou estão próximos dos que detém, com intuito de garantir as atividades da Orcrim [organização criminosa]e a sua impunidade”.

No núcleo político, estão sete réus. Dentre elas, Messer, Antonio Mota, Horacio Cartes (ex-presidente do Paraguai) e Felipe Cogorno Alvarez (diretor do Grupo Cogorno, administrador do Shopping China). O juiz Marcelo Bretas aceitou a denúncia no mês de janeiro. A defesa do pecuarista informou que não comenta caso em andamento. Antonio Mota está no presídio Ricardo Brandão, em Ponta Porã. 

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