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Fábrica Confiança
Foto: Paulo Jorge Magalhães / Global Imagens

Fábrica Confiança sem compradores na hasta pública da Câmara

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Ficou vazia, por falta de licitadores, a hasta pública realizada, esta sexta-feira, pela Câmara de Braga para a venda, por 3,65 milhões de euros, do prédio da antiga fábrica Confiança.

O ato, presidido pela vereadora Olga Pereira, contou com a presença de vários empresários do setor imobiliário, entre os quais José Veloso, um dos maiores da cidade, que se limitaram a pedir esclarecimentos sobre aspetos específicoss do caderno de encargos, não avançando com qualquer proposta concreta.

Os empresários estão numa atitude expectante, dada a entrada, nos últimos dias, no Tribunal Administrativo de Braga de uma providência cautelar contra a venda do imóvel e sustentando que o projeto aprovado para o local viola o PDM.

Na hasta, compareceram quatro membros da Plataforma Salvar a Confiança, os quais, no final, reafirmaraam, pela voz de Tarroso Gomes, a vontade de continuar a lutar em defesa do património da cidade.

Já a vereadora Olga Pereira disse aos jornalistas que a Câmara vai ponderar o que fazer a seguir, sendo o mais certo a marcação de nova hasta pública.

O caderno de encargos - recorde-se - obriga a que ali seja construída uma residência universitária, que a Câmara estima possa ter cerca de 300 camas. O PIP - o projeto para o prédio - tem pareceres favoráveis da Direção Regional de Cultura do Norte e do Conselho Nacional de Cultura.

A venda foi contestada pela Plataforma de que intentou, há dias, no Tribunal Administrativo uma providência cautelar contra a alienação. Mas o Tribunal ainda não decidiu, até porque a Câmara tem prazo para responder, o qual anda não terminou.

A este propósito, Ricardo Rio lembrou, recentemente, que outras duas providências cautelares anteriormente interpostas para parar o processo de venda "ficaram pelo caminho, com o tribunal sempre a dar razão à Câmara".

A fábrica Confiança foi inaugurada em 1921, tendo produzido perfumes e sabonetes até 2005. Em 2012, foi adquirida pela Câmara, então presidida pelo socialista Mesquita Machado.

Chegou a ser aberto um concurso de ideias para o edifício, mas entretanto em 2013 a Câmara mudou de mãos e em setembro de 2018 a nova maioria PSD/CDS-PP/PPM votou pela venda, alegando que, por falta de fundos disponíveis para a reabilitação, o edifício se apresenta em "estado de degradação visível e progressiva".