Encontro de amigos e familiares arrecadou mais de R$ 2,5 mil para enterro de grafiteiro

Scank foi morto a tiro enquanto trabalhava numa nova obra na Avenida Jorge Amado

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Promovido pelos amigos e familiares do grafiteiro Jaílson Galdino Souza dos Santos, 27 anos, o Scank, um encontro na pista de skate dos Barris na noite de quinta-feira (14) conseguiu arrecadar mais de R$ 2,5 mil para ajudar no custeio do velório e sepultamento do artista, espancado e morto a tiro durante a madrugada de quinta, no Imbuí.

Scank e o amigo Jerry foram surpreendidos por cerca de cinco homens enquanto se preparavam para iniciar um novo trabalho. Jerry chegou a ser socorrido para a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do Marback.
 
De acordo com a professora de antropologia da Universidade Federal da Bahia (Ufba) e ex-sogra de Scank, Roca Alencar, o encontro nos Barris conseguiu arrecadar mais que o suficiente para o enterro do rapaz. 

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Foto: Reprodução

"Rolou o encontro ontem e conseguimos arrecadar R$ 2,5 mil e tem depósitos na minha conta que ainda vou tirar o extrato. Eu vou ver os depósitos agora pela manhã, mas acredito que tivemos boa arrecadação porque recebemos apoio de artistas de rua do Brasil inteiro", disse a professora. O enterro custou R$1,3 mil. 

Roca contou ainda que viu o posicionamento do Bahia sobre a morte de Scank. O clube, recentemente, adquiriu e expôs uma das vacas da CowParade na Cidade Tricolor, em Dias D'Ávila. A vaca foi pintada por Scank, que era torcedor do tricolor. "Vi o posicionamento, sim. E eles também ficaram de fazer campanha para depósitos de sócios do clube. Ele era meu menino de ouro e seria uma grande estrela da arte urbana. Os artistas tinham uma expectativa sobre o trabalho dele", contou.

A família do artista não está preparando uma homenagens para Scank. No entanto, segundo Roca, os amigos farão homenagens voluntárias com apresentações de poesia, rap e pichações durante o velório e enterro do rapaz, marcado para às 14h, no Cemitério Municipal de Brotas. O corpo deve chegar ao local às 11h para início do velório.

"A mãe dele tá muito mal, sei que ele era o filho predileto, o primogênito dela. Hoje será difícil. A família não pensou nada para homenageá-lo, mas, com certeza, os amigos farão homenagens voluntárias para ele. O grupo de artistas de rua sempre homenageiam seus entes queridos com poesia, rap e assinaturas de spray. É um rito que vejo ser cumprido nos sepultamentos que presenciei", explicou a antropóloga, que pesquisa esse grupo de artistas há ceeca de uma década, onde conheceu e se tornou amiga e depois sogra de Scank.

*com supervisão do chefe de reportagem Jorge Gauthier